Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo
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Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo

A Guatemala elegeu Bernardo Arévalo presidente nesse domingo (20). Candidato pelo partido Movimento Semilla, de centro-esquerda, ele surpreendeu ao conseguir pleitear a vaga no segundo turno, visto que, à época do primeiro turno, as pesquisas eleitorais não o consideravam um favorito.

Arévalo bateu a conversadora Sandra Torres, da Unidade Nacional da Esperança (UNE), que perdeu sua terceira tentativa de chegar à chefia do Executivo do país. O Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala informou que o centro-esquerdista detinha 59% dos votos, ante os 36% de Torres.

"Felicito os guatemaltecos pela realização das eleições em paz, com poucos incidentes isolados", disse em comunicado Alejandro Giammattei, atual presidente da Guatemala. "Felicito também Bernardo Arévalo e o convido para iniciar a transição ordenada no dia seguinte à oficialização dos resultados", escreveu.

Eleições conturbadas

A primeira etapa das eleições foi marcada pela suspensão judicial de quatro candidatos. Enquanto Arévalo subia nas pesquisas, entre o primeiro e segundo turno, uma série de investidas judiciais contra o Movimento Semilla acontecia. Menos de uma semana depois, a Suprema Corte do país acatou um pedido que suspendia os resultados eleitorais. 

Esse processo foi revertido. Mesmo assim, o Tribunal Supremo Eleitoral do país continua sob investigação do Ministério Público. O atual – e impopular – governo de Giammattei ficou marcado pelo clima de perseguição contra opositores – o que não é novo na Guatemala.


Em maio deste ano, após investigar denúncias de corrupção no governo de Giammattei, o presidente do jornal elPeriódico, José Rubén Zamora, foi preso e o veículo foi fechado. Até o segundo turno, o Movimento Semilla havia se aliado apenas a pequenos partidos de esquerda.

Bernardo Arévalo é filho de Juan José Arévalo, primeiro guatemalteco escolhido em eleições transparentes no país, em 1944, mas cujo período pacífico foi encerrado apenas dez anos depois, em 1954, quando um golpe apoiado pela multinacional americana United Fruit derrubou Jacobo Arbenz Guzmán.

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