Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados
Lula Marques/ EBC - 02/08/2023
Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados


O advogado Daniel Bialski, representante legal da deputada federal Carla Zambelli, trouxe à tona informações cruciais relacionadas ao caso envolvendo o hacker Walter Delgatti, conhecido por suas ações no vazamento de mensagens de autoridades.

Em declarações à imprensa, Bialski afirmou nesta segunda-feira (21) que foram os assessores da parlamentar que contrataram Delgatti, negando categoricamente qualquer alegação de pagamentos feitos pela deputada ao hacker.

"O que existe, é essa empresa de assessoria, que tem um contrato respectivo para prestação de serviço [para Zambelli], e pagou ele [o hacker], mas não teve continuidade porque o hacker não entregou o que disse que poderia fazer", declarou em entrevista à GloboNews.

Bialski comentou que Carla Zambelli agiu de forma descuidada ao envolver o hacker como prestador de serviços sem uma compreensão completa de sua identidade e motivações. Segundo a defesa, a deputada não estava devidamente informada sobre os detalhes de Delgatti, tendo o considerado inicialmente como alguém que poderia trazer informações relevantes sobre a vulnerabilidade das urnas eletrônicas, tema que tem gerado debate em âmbito nacional.

Uma fotografia que circulou nas redes sociais mostrando Zambelli junto a Walter Delgatti, com uma legenda relacionada ao hackeamento de autoridades, teria sido resultado da curiosidade da deputada sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. Bialski enfatizou que a imagem não reflete cumplicidade ou envolvimento direto da parlamentar nas atividades do hacker.

“Esta foto é a maior prova de que ela nunca negou que se encontrou com ele, mas isso não quer dizer que ela se associa a ele para a prática de crimes”, completou.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de Carla Zambelli fazer uma delação premiada, o advogado foi enfático ao responder "de forma alguma", descartando essa hipótese para sua cliente.

Adicionalmente, Bialski buscou caracterizar Walter Delgatti como alguém que sofre de mitomania, um distúrbio psiquiátrico que leva a mentiras compulsivas.

“Existe no inquérito policial dizendo e classificando o hacker como alguém que deve ser tido como mitômano”, pontuou.


Ele afirmou que essa descrição está presente "em várias ocasiões" em um relatório da Polícia Federal relacionado ao caso, insinuando que as motivações de Delgatti poderiam ser influenciadas por tal condição.

“A vida dele é uma completa mentira. Está isso no inquérito. Ele falsifica endereço, nome, telefone. Ele tem diversos processos aonde também usou o artifício da mentira”, concluiu.

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