Moraes vota para tornar réus mais 70 denunciados pelos atos do 8/01

Entre os casos analisados estão o do cacique Serere e o da bolsonarista conhecida como 'Fátima Tubarão', que foram acusados de envolvimento nos ataques

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 01/08/2023
Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou para tornar mais 70 investigados nos  atos nos prédios dos Três Poderes, em Brasília, réus, na madrugada desta segunda-feira (14).

A sessão ocorre de forma virtual e foi convocada pela presidente do Supremo, a ministra Rosa Weber, na última quarta-feira (9). O julgamento começou nesta segunda e vai até as 23h59 da próxima sexta (18).

Entre os casos que estão sendo analisados pela Corte estão o do cacique indígena José Acácio Serere Xavante, preso em dezembro do ano passado acusado de condutas ilícitas em atos antidemocráticos,  e o de “Fátima de Tubarão”, apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que participou da invasão aos prédios dos Três Poderes.

Em gravações, a mulher disse que teria defecado no banheiro do STF, "sujando tudo" e que iria "pegar o Xandão", em referência ao ministro Alexandre de Moraes.

Hoje, Moraes também votou para receber a denúncia contra presos pela  Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal com o objetivo de identificar quem participou, financiou e incitou os ataques do 8 de janeiro.

Em relação aos atos antidemocráticos, estão sendo analisadas 63 denúncias e, desse número, 62 são de suspeitos de instigarem o episódio. Essas pessoas foram presas um dia depois, em 9 de janeiro, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Ao votar, Moraes afirmou que "não existirá um estado democrático de direito sem que haja Poderes de Estado".

"Tanto são inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático, quanto aquelas que pretendam destruí-lo, juntamente com suas instituições republicanas, pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito à Separação de Poderes e aos direitos fundamentais", pontuou o ministro.

Este é o nono bloco de denúncias relacionadas ao caso analisadas pelo Supremo. Dos 1.390 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR),  1.295 já se tornaram réus pela Corte.