O presidente Lula (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (14) a flexibilização da compra de armas durante o governo Bolsonaro (PL). Durante sua live semanal "Conversa com o Presidente", o petista disse que quem compra arma é o crime organizado e quem é "covarde".
"Tá cheio de primo que não conversa mais com primo. Que estupidez é essa? A gente não era assim, Brasil não era assim. Depois que apareceu alguém querendo armar o povo brasileiro. Quem é que quer comprar arma? Crime organizado e algumas pessoas que não querem fazer bem a ninguém", afirmou.
"Quem anda armado é um covarde, tem medo. Se você for do bem, você não tem que andar armado. Se alguém ofender, não precisa ofender. Quando um cachorro late para gente, a gente não late para o cachorro", complementou.
O presidente assinou, no dia 21 de julho, um decreto que restringe o acesso a armas no Brasil. Durante o governo Bolsonaro, um atirador podia ter até 60 armas —sendo 30 classificadas como de uso restrito das forças de segurança e Forças Armadas. Após Lula assumir o Planalto pela terceira vez, o número caiu para 16 (sendo 4 de uso restrito).
Durante a live, Lula criticou indiretamente a polícia do Rio de Janeiro pelas mortes de uma criança de 5 anos e de um adolescente de 17 durante uma operação policial na Zona Norte da capital fluminense.
"Que bala perdida é essa? Alguém atirou praquele lado, porque senão a bala não se perdeu, foi atirada praquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de 5 anos de idade. Onde que a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência, e muitas vezes é a própria polícia que atira", disse.
"Quando a gente fala assim, as pessoas pensam que a gente é contra a polícia. Não somos contra polícia, não. Queremos polícia bem preparada, bem instruída, com bastante inteligente. O que não pode é sair atirando a esmo, sem saber pra onde atira, porque essa bala perdida é um pouco isso. Atirei alguém e matei outra pessoa. Que brincadeira é essa?", continuou o presidente
O comandante do batalhão da área foi afastado. O corpo da menina Eloáh Passos, de 5 anos, baleada pela polícia no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, será velado e sepultado nesta segunda (14).