O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) foi confrontado pela imprensa nesta segunda-feira (7) sobre o recente escândalo envolvendo seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que teria negociado a venda de um relógio Rolex recebido durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019. Em meio à crescente controvérsia, o capitão da reserva minimizou o incidente, caracterizando-o como algo natural no mundo moderno.
A CPMI dos Atos Golpistas do 8 de Janeiro tem se debruçado sobre e-mails que revelaram a negociação do relógio Rolex por Mauro Cid. A interlocutora do tenente-coronel, identificada como Maria Farani, ex-assessora da Presidência durante a gestão de Bolsonaro, afirmou ao jornal O Globo ter sido solicitada a realizar uma pesquisa na internet em busca de possíveis compradores para o relógio de luxo.
Nos e-mails, datados de 6 de junho de 2022, a interlocutora manifestou interesse na compra do relógio Rolex, questionando Mauro Cid sobre o preço esperado pela peça. Em sua resposta, Cid alegou que o relógio foi um presente recebido durante a viagem oficial à Arábia Saudita e mencionou não possuir o certificado da marca. Ele propôs vender o relógio por US$ 60 mil, equivalente a cerca de R$ 300 mil na cotação atual.
Durante um encontro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarcísio de Freitas, Bolsonaro foi abordado pela imprensa em relação ao caso. O ex-presidente minimizou as preocupações, declarando que é natural que as pessoas queiram pesquisar preços na internet, insinuando que a negociação não é necessariamente um sinal de má conduta.
“Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural”, completou.