Walter Delgatti e Carla Zambelli
Reprodução: Twitter - 14/08/2022
Walter Delgatti e Carla Zambelli

A Polícia Federal  deflagra a Operação 3FA e cumpre mandados judiciais nesta quarta-feira (2) contra a  deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e  Walter Delgatti Neto , conhecido como hacker da "Vaza Jato". Ele invadiu telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato no ano passado.

Há um mandado de prisão contra Delgatti e um mandado de busca e apreensão no apartamento e no gabinete de Zambelli, segundo a GloboNews .

De acordo com informação oficial da Polícia Federal, há cinco mandados de busca e apreensão, em que três ocorrem no Distrito Federal e dois em São Paulo. Há ainda um mandado de prisão preventiva.

A operação é chamada de 3FA devido à "autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados", segundo a PF.

Na investigação, a Polícia Federal apura se Zambelli estava envolvida na invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para inserir documentos falsos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal,  Alexandre de Moraes.

“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz a PF.

Nesta manhã, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino confirmou a operação da PF.

"Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições", escreveu Dino.  

Prisão de Delgatti

Está será a terceira prisão de Walter Delgatti. Ele foi preso pela primeira vez em 2019, pela Operação Spoofing em que a PF buscava uma "organização criminosa que praticava crimes cibernéticos".

Em 2020, ele passou a responder em liberdade pela invasão, precisando utilizar tornozeleira eletrônica e proibido de usar a internet.

Neste ano, em junho, ele foi preso novamente sob a acusação de sair de Campinas, cidade do interior de São Paulo, sem autorização da Justiça. Era necessária uma autorização prévia para deixar a cidade, por ser uma das medidas cautelares impostas quando ele foi preso em 2019.

Ainda, ele afirmou à PF que cuidava das redes sociais e do site de Zambelli, descumprindo a condição imposta para a liberdade provisória. Dias depois, e le foi solto e voltou a utilizar a tornozeleira eletrônica .


Relação com Zambelli

Delgatti já confessou que Zambelli o financiava para fazer diversas irregularidades, incluindo tentativas de invasão das urnas eletrônicas, celulares de ministros do STF, além dos sistemas do TSE e CNJ.

Ele resolveu contar tudo à PF com medo de sofrer represálias e até mesmo ser morto por “queima de arquivo” , de acordo com o jornalista Octaviano Guedes, da GloboNews.





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