O líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), esclareceu nesta sexta-feira (21) o afastamento de Yury do Paredão (PL-CE) da sigla, destacando que o gesto de "fazer o L" ao lado de ministros do presidente Lula (PT) foi determinante para a decisão. Em entrevista ao jornal O GLOBO, o parlamentar ressaltou que o posicionamento político do colega em relação às propostas não foi o fator determinante para sua saída, mas sim o gesto considerado "simbólico demais".
"O gesto político foi o que levou Valdemar a optar pelo afastamento, foi simbólico demais. Eu tenho ótima relação com ele (Yury do Paredão), o presidente também, mas politicamente ficou entendido que não dava", afirmou Altineu.
Além do afastamento de Yury, o partido também aplicou punições a outros oito deputados que votaram com o governo na Medida Provisória que reestruturou os ministérios. Esses parlamentares foram suspensos das comissões que integram por três meses e não poderão ser indicados a outros colegiados durante esse período.
No entanto, Altineu Côrtes deixou claro que a expulsão de Yury não está relacionada apenas ao seu posicionamento nas propostas. Mesmo que o deputado não tivesse realizado o gesto "fazer o L", as mesmas sanções teriam sido aplicadas, de acordo com o estatuto da agremiação.
"Quem contrariar o partido em votações, vai sofrer sanções. Internamente já foi discutido que em votações normais aceitamos, dentro de um limite, que alguns deputados apoiem o governo por terem outra realidade. Mas quando for pela defesa do conservadorismo, pautas religiosas, o partido fecha questão e é preciso acompanhar", explicou o líder do PL.
As punições também atingem os deputados Detinha (MA), Bacelar (BA), Josimar Maranhãozinho (MA), Junior Lourenço (MA), Junior Mano (CE), Matheus Noronha (CE), Pastor Gil (MA), Vinicius Gurgel, além de Yury do Paredão, que aguarda o desfecho do processo de expulsão.
O gesto "fazer o L" de Yury do Paredão ao lado dos ministros Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), durante um encontro em agenda na semana passada, gerou polêmica após ser divulgado na coluna do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles.
Yury, por sua vez, afirmou que não esperava que a foto vazasse e explicou que o encontro com os ministros de Lula foi um momento democrático e de alegria pela inauguração da bomba. Ele também respeita a decisão de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do partido, em relação ao afastamento.