O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua intenção de transformar a Amazônia em um centro de desenvolvimento verde em vez de um "santuário da humanidade".
Durante coletiva de imprensa realizada em Bruxelas, Lula enfatizou que a Amazônia é um território soberano do Brasil, com quase 4 milhões de quilômetros quadrados e afirmou que o Brasil tem a responsabilidade de administrá-lo e não outros países.
O presidente brasileiro tem como objetivo alcançar o desmatamento zero no bioma amazônico até 2030 e planeja apresentar uma proposta de transição energética e ecológica para o Brasil até agosto.
Na visão do mandatário, o Brasil não precisa derrubar uma única árvore para expandir a agricultura ou a produção pecuária. Ele mencionou a disponibilidade de mais de 30 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser restauradas e utilizadas para fins agrícolas.
Lula expressou sua disposição em compartilhar a exploração científica da Amazônia com qualquer país do mundo que deseje contribuir para as pesquisas.
Durante sua visita a Bruxelas, Lula participou da 3ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia (UE). Ele também abordou as negociações em curso do acordo comercial entre a UE e o bloco do Mercosul, que estão em andamento há mais de 20 anos.
Lula afirmou que a aprovação do tratado permitiria a reindustrialização do Brasil e geraria empregos mais qualificados, mas enfatizou que não abriria mão da cláusula relacionada a compras governamentais.
Lula se impõe de forma crítica às decisões da União Europeia
Lula também foi crítico ao comentar carta adicional enviada pela UE ao Mercosul, que incluía disposições relacionadas à importação de produtos de áreas desmatadas após 2020 e à competição igualitária para empresas europeias em processos de licitação pública.
Ele expressou preocupações de que tais disposições pudessem prejudicar empresas brasileiras de médio e pequeno porte e afirmou que não aceitaria essas exigências e enfatizou a necessidade de diálogo e propostas, em vez de ameaças nas negociações entre parceiros estratégicos.