A defesa de Jair Bolsonaro (PL) rebateu a Procuradoria-Geral da República (PGR) e pediu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite o pedido para o acesso de dados das redes sociais e a lista de seguidores do ex-presidente. O ofício foi enviado nesta terça-feira (18) ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Na segunda-feira (17), a PGR pediu ao STF para ter acesso às publicações de Bolsonaro, além das métricas de interação das postagens. O Ministério Público ainda solicitou a lista de seguidores do ex-presidente em todas as plataformas digitais.
Para os advogados, o pedido da PGR é um "patrulhamento ideológico". A defesa alega que o acesso aos seguidores do ex-presidente dá margem para suspeita de pessoas que não participaram dos atos antidemocráticos.
"De fato, ao pretender ver o presente inquérito abastecido com a identificação de todos os quase cinquenta milhões de seguidores do ex-presidente em suas redes sociais, a mensagem subliminar que se tem colocada a este enorme público é evidentemente de que, tantos quantos tenham exercido livremente seu direito de acompanhar a movimentação eletrônica dos perfis de uma figura de inegável expressão política como o ex-presidente Bolsonaro, poderão, futura e oportunisticamente, vir a serem questionados por tal opção", disse os advogados.
O pedido da PGR visa analisar e investigar se Jair Bolsonaro incitou os ataques aos prédios dos Três Poderes em Brasília. Ele nega ter influenciado os atos antidemocráticos.
Na mira está a publicação de um vídeo feita dois dias antes dos ataques em que, sem provas, aponta uma fraude nas urnas eletrônicas. À Polícia Federal (PF), Bolsonaro disse que enviou o vídeo "sem querer" e que estava sob efeito de remédios no momento da postagem.
Ao ser questionado sobre a investigação, o subprocurador Carlos Frederico Santos negou que investigará os seguidores do ex-presidente. Santos ressaltou que Bolsonaro é o único investigado nessa frente do inquérito.
"O objetivo do pedido é obter informações que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão alcançada pelas publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais", afirmou, em comunicado.
"Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso. Só há um investigado nesse caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro", concluiu.