O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou em entrevista a TV Record, na noite de quinta-feira (13), que não é amigo de Cristiano Zanin, aprovado para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em junho . O mandatário ainda criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Zanin atuou como advogado pessoal do presidente durante a Operação Lava Jato. Ele foi o responsável por reverter a condenação do petista. Em habeas corpus apresentado por ele, a Corte decidiu por anular as sentenças contra Lula. Desde então, o advogado mantém forte relação de confiança com o chefe do Executivo, e já era tido como principal substituto de Lewandowski.
“Não era amigo, era meu advogado, uma pessoa extremamente capaz. É muito estudioso, competente, dedicado e sério. Essas foram as razões pela qual foi escolhido. Acho que vai ser um extraordinário ministro da Suprema Corte. Nunca vou precisar de um favor do Zanin porque nunca vou fazer nada errado. Quando eu tiver que falar alguma coisa para o Zanin, é o Estado brasileiro falando com um ministro da Suprema Corte. Jamais será o Lula pessoal pedindo um favor a alguém, a quem quer que seja. Esse é o meu comportamento e isso vai perdurar", disse Lula quando foi questionado sobre a indicação de Zanin.
Durante a entrevista, Lula criticou Bolsonaro em relação aos ataques a Suprema Corte. Segundo o petista, o ex-presidente "incitava o povo a atacar" o STF. Para ele, as instituições foram desrespeitadas no governo do anterior, mas que hoje "há um certo ar de tranquilidade e volta da esperança" no país. "A gente não faz fake news desrespeitando governador, prefeito, Suprema Corte", disse o chefe do Executivo.
"Nós acabamos de ter um presidente que ofendia a Suprema Corte. Que incitava o povo a atacar a Suprema Corte. Ministro da Suprema Corte não podia ir no restaurante, não podia levar a sua família. Eu conheço ministro que foi ofendido no seu casamento. Quer dizer: onde é que a gente vai parar se as instituições não forem respeitadas?", disse Lula.