O Instituto Brasil-Israel repudiou em nota uma fala do senador Magno Malta (PL-ES) durante sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado, na última quarta-feira (21).
Em seu tempo de fala, o senador relembrou outra sabatina, a do ministro Dias Toffoli, em 2009, e citou o presidente da comissão, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). "Davi não estava aqui, acho que era até vereador, ou era só vendedor mesmo, porque é judeu, vive pra cima e pra baixo".
A declaração foi considerada antissemitista pelo Instituto. "A fala do senador ilustra com clareza um fenômeno que se repete em um determinado segmento da extrema-direita brasileira. Magno Malta, que sempre fez questão de se colocar publicamente como admirador de Israel, escancara o preconceito recorrendo a uma ideia que associa e generaliza o povo judeu ao acúmulo de riqueza. Um exemplo clássico mostrando, como um imaginário filossemitismo, pode também estar associado ao mais tradicional antissemitismo", afirmou Morris Kachani, diretor-executivo do Instituto Brasil-Israel.
“A criação da imagem do judeu como uma pessoa associada ao comércio é a origem da associação entre ’judeus’ e ‘dinheiro’", completou Kachani.
Ainda em nota, o jornalista exaltou a diversidade da comunidade judaica, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. "A ideia de tratar pessoas de todo um povo como um bloco monolítico já é, em si, prejudicial. Desumaniza, tira a singularidade de cada indivíduo. Além disso, falsa associação de judeus ao poder foi o que levou a perseguições históricas, como na Alemanha da década de 30, e nos Pogroms russos.”