O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para 22 de junho o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de abuso de poder político. A Corte Eleitoral deve analisar a inelegibilidade do ex-presidente, o que poderá o deixar fora da disputa presidencial em 2026.
Bolsonaro é acusado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O processo se trata sobre a reunião do ex-presidente e embaixadores no ano passado.
Na época, Jair Bolsonaro atacou urnas eletrônicas e colocou o sistema eleitoral do país em xeque. O evento foi transmitido pela TV Brasil, emissora estatal do Planalto.
O julgamento era esperado para maio, mas Moraes decidiu esperar a nomeação de dois novos ministros para completar as cadeiras vazias na Corte Eleitoral. Os ministros Floriano Marques e André Ramos tomaram posse na última terça-feira (30) e devem ter esse processo como primeira ação no TSE.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a condenação do ex-presidente. Para o vice-procurador eleitoral, Paulo Gonet, Bolsonaro não poderia usar os meios de comunicação da União para a propagação de informações falsas.
“A busca do benefício pessoal também foi tornada clara. O uso de recursos estatais para a atividade da mesma forma está estampado nos autos. Todo o evento foi montado para que o pronunciamento se revelasse como manifestação do Presidente da República, chefe de Estado, daí a chamada de embaixadores estrangeiros e o ambiente oficial em que a reunião ocorreu. O abuso do poder político está positivado”, afirmou Gonet.
Bolsonaro preocupado
O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu estar preocupado com a possibilidade de ficar inelegível. A aliados, Bolsonaro afirmam que há movimentações nos bastidores para evitar que o processo deixe o ex-presidente fora da política por oito anos.
O próprio Bolsonaro cobrou de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, uma articulação para evitar a inelegibilidade. Entretanto, a expectativa de bolsonaristas para um resultado desfavorável ao ex-chefe do Planalto é alta.