A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), disse nesta quinta-feira (25) que o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passa por uma grande turbulência. Em entrevista para o programa Estúdio i, da GloboNews, o governo enfrenta a “crise dos seis meses”.
Na última quarta (24), a proposta de reestruturação dos ministérios recebeu aprovação da comissão mista. O problema que o projeto faz alterações que removem atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança Climática e dos Povos Indígenas, entre outras ações.
Marina explicou que um dos motivos para que ocorresse a aprovação da proposta é a mudança na relação entre os poderes Executivo e Legislativo. Na visão da ministra, o Congresso Nacional conquistou muito mais protagonismo nos últimos anos e tem um poder maior para negociar com o Planalto.
"Infelizmente, nós estamos vivendo uma situação em que existem alguns setores querem reeditar a estrutura de governança do governo Bolsonaro no governo do presidente Lula, desrespeitando a autonomia que o governo tem em relação à gestão e desrespeitando a própria MP [medida provisória] do presidente que criou essa nova estrutura", falou a chefe da pasta de Meio Ambiente.
Marina relembrou que esse tipo de crise não é um episódio inédito. Entre 2003 e 2007, a ministra contou que passou por grande turbulência ao chefia o ministério quando debateu a liberação do plantio de sementes transgênicas. Ela relatou que o governo federal seguiu a decisão da pasta, mas perdeu no Congresso Nacional.
Marina Silva quer dialogar com Congresso
Marina Silva não escondeu sua insatisfação com a votação na Câmara dos Deputados, mas ela deixou claro que tentará reverter a decisão no Senado. Para isso ocorrer, a ministra explicou que tem buscado dialogar de diversas maneiras com os parlamentares.
Na entrevista, Marina citou inúmeras vezes o presidente Lula e relatou que ele, assim como outros ministérios, tem buscado conversas com os congressistas para que os dois poderes consigam manter a harmonia.
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