A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, solicita o descarte de áudios e quebras de sigilo bancário no inquérito que investiga depósitos em espécie de despesas da primeira-dama Michelle Bolsonaro .
Ainda, a vice-PGR pede ao ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF) a retirada desse material, que está incluído em dois outros inquéritos. Ela solicita também o arquivamento do caso.
Os áudios foram descobertos pela Polícia Federal , que tiveram autorização da Justiça para investigar se houve depósitos em espécie realizadas por ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro .
A PF identificou que Mauro Cid realizou diversos pagamentos em dinheiro vivo para Michelle Bolsonaro. A operação policial trabalha com a suspeita de um possível esquema de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto durante a gestão do ex-presidente do Brasil.
Nos áudios, Cid estava preocupado com a descoberta da forma de pagamento. Ele está preso desde o último dia 3 de maio suspeito de articular um esquema de fraude em certificados de vacinação durante a pandemia da Covid-19 .
Segundo as informações obtidas pelo colunista Aguirre Talento, do UOL, Cid ainda disse que tinha medo das transações serem interpretadas como rachadinha.
De acordo com a PF, ocorreram seis depósitos para a ex-primeira-dama no período de 8/3/2021 até 12/05/2021. O s repasses chegam a R$ 8.600,00. A investigação aponta ainda que os depósitos de Cid a Michelle usavam um método comum nos casos de rachadinha feitos para dificultar a identificação de irregularidades: eram fracionados e em valores pequenos.
"Esses depósitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao invés de utilizar um único envelope com a quantia desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, realizando os depósitos de forma sucessiva em curto espaço temporal (minutos)", afirma a investigação.
Os advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore, de Mauro Cid, informaram ao Globo que, “por respeito ao STF, todas as manifestações defensivas serão feitas nos autos do processo”.
Fábio Wajngarten, assessor e advogado de Bolsonaro, afirmou que os depósitos em espécie eram feitos para proteger os dados do ex-presidente. Ele criticou ainda a matéria do UOL sobre o caso. "Seria bom e justo incluir na matéria os valores encontrados. Seria bom também a matéria dizer como dados não relacionados ao que resultou na quebra telemática dos envolvidos foram publicitados. Não há nada de ilegal nas transações efetuadas", publicou no Twitter.
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