A Polícia Federal realiza, nesta sexta-feira (12), uma operação no Rio de Janeiro de busca e apreensão de documentos na casa de Marcelo da Silva Vieira, ex-responsável por receber presentes destinados ao presidente da República no governo de Jair Bolsonaro (PL) .
Membro do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República desde o governo de Michel Temer (MDB), Vieira foi demitido em janeiro deste ano. Ele exercia a função de analisar o que iria para o acervo privado como presente.
Marcelo prestou depoimento a PF no mês passado sobre o caso das joias milionárias da Arábia Saudita retidas no Aeroporto de Guarulhos por não obter autorização. À corporação, ele disse Bolsonaro e o ajudante, Mauro Cid , pediram para que Vieira assinasse um ofício aprovando a liberação dos artigos de luxo.
O conjunto de joias da marca Chopard são avaliadas em R$ 16,5 milhões.
Joias da Arábia
Em depoimento no dia 5 de abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes para tratar das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita. O conteúdo foi revelado pela TV Globo no dia 14 de abril.
"O declarante [Bolsonaro] solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid, que obtivesse informações a cerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste interim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo que se recorda", diz um dos trechos do depoimento do ex-presidente dado para a Polícia Federal de São Paulo.
O ex-presidente ainda contou que foi informado da existência das joias entre novembro e dezembro do ano passado. Aos policiais federais, ele disse que não se recorda quem foi o responsável por avisar sobre os itens valiosos, no entanto, acredita que tenha sido alguém envolvido com o Ministério de Minas e Energia.
As joias foram entregues para a comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e tinham como destino para Jair Bolsonaro. Porém, os produtos não podiam ser incluídos no acervo pessoal do ex-presidente e sim do governo federal, porque não houve declaração para a Receita e nem pagamento de impostos. O ex-mandatário garante que nunca falou do tema com o ex-ministro.
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