Defesa tem acesso aos autos e pede para adiar depoimento de Bolsonaro

Ex-presidente foi alvo de operação da PF na última quarta-feira (3)

Jair Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro

defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve acesso aos autos do processo em que autorizou uma operação da Polícia Federal na casa do ex-mandatário na noite de quarta-feira (3) . Com isso, os advogados pediram para a corporação adiar o depoimento do ex-chefe do Executivo. 

“Recebemos a cópia do processo, que tem quase 200 páginas. Vamos virar a noite estudando capa a capa do processo, razão pela qual o depoimento do [ex] presidente Bolsonaro foi adiado a pedido da defesa. Tão logo a defesa tenha total ciência dos fatos, será agendado o depoimento”, declarou Fábio Wajngarten, assessor jurídico e advogado do ex-chefe do Executivo.

O advogado Paulo Cunha Bueno, responsável pela investigação contra Bolsonaro, afirmou que ainda não foi marcada uma nova data para o ex-presidente depor à PF.

“Assim que tivermos condições de analisar os autos em sua integralidade, vamos expor uma nova data, como sempre o [ex] presidente esteve disponível para tanto. É interesse nosso que se promova o quanto antes essa oitiva”, disse.

Entenda o caso

A corporação cumpriu ontem (3) 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, no Rio de Janeiro e em Brasília. Todas as prisões já foram realizadas até as 7h.

Entre os  alvos de prisão está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro , o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, seguranças próximos do ex-presidente, o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, assessor de Bolsonaro, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Barros e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

A operação intitulada de Venire foi deflagrada no inquérito das milícias digitais do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.

Jair Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão . A PF chegou na residência onde o ex-presidente mora, em Brasília, por volta das 7h30 da manhã de ontem. Os agentes apreenderam ainda o celular do ex-mandatário e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro .

O objetivo da operação é investigar um grupo que teria fraudado vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", afirma a Polícia Federal.


Bolsonaro nega fraude

Segundo o ex-presidente, ele e a filha Laura, de 12 anos, não tiveram o cartão de vacinação alterados

"Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso", disse Bolsonaro.

"O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso", completou Bolsonaro.

Sobre os agentes da PF terem realizado uma operação na residência onde mora, o ex-presidente disse ter ficado "surpreso".

"No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar", afirmou o ex-presidente.

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