Braço-direito de Bolsonaro tentou esconder dólares em espécie da PF

Cid também ficou nervoso e não quis responder perguntas

Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro que foi preso durante operação da PF
Foto: redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro que foi preso durante operação da PF


O tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro , tentou esconder dos policiais federais dinheiro vivo que estava em casa. Preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3), o braço-direito do antigo mandatário do país ficou muito nervoso e se recusou a responder perguntas, segundo informações do Portal G1.

Segundo a investigação, os cartões de vacinação de Bolsonaro e da sua filha, Laura Bolsonaro, tiveram registros de doses de imunizantes. Porém, nenhum dos dois tomou a vacina. Por isso a PF diz que houve fraude para que pai e filha pudessem entrar nos Estados Unidos, no fim de 2022.

Ao realizarem busca e apreensão na residência de Cid, os policiais encontraram dinheiro vivo. O tenente-coronel tentou fechar o cofre, mas os investigadores não permitiram e viram US$ 35 mil em dinheiro vivo e R$ 16 mil em espécie.

Bolsonaro e seu ajudante de ordens, Mauro Cid, tinham total conhecimento da fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e de pessoas próximas a ele. A afirmação foi feita pela Polícia Federal em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal.

"Os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificados de vacinação contra a Covid-19, indicando que Jair Bolsonaro, Mauro César Cid e, possivelmente, Marcelo Costa Câmara tinham plena ciência de inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente", relatou a Polícia Federal.

O caso

Nesta quarta, a PF realizou operação de busca e apreensão em um endereço ligado a Bolsonaro em Brasília, no Jardim Botânico, onde ele mora com Michelle Bolsonaro. Na ocasião, o celular de Bolsonaro foi apreendido pelos agentes.

A corporação cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, no Rio de Janeiro e em Brasília. Todas as prisões foram realizadas até as 7h.

As ações são parte da chamada Operação Venire, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre a vacinação contra a Covid-19 nos sistemas públicos do Ministério da Saúde.

O objetivo da fraude seria garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e assessores nos Estados Unidos, que pede a vacinação obrigatória para entrar no país. O ex-presidente ficou três meses no país, deixando o Brasil em 30 de dezembro de 2022 e  retornando somente em 30 de março deste ano.


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