Bolsonaro irá depor quando defesa tiver acesso aos autos, diz assessor

Ex-presidente negou alteração no cartão de vacinação

Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 28/05/2019
Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro

O assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),  Fábio Wajngarten, afirmou nesta quarta-feira (3) que o ex-mandatário irá  prestar depoimento à Polícia Federal  quando a defesa tiver acessos aos autos sobre a investigação de falsificação de certificados de vacinação contra o coronavírus .

"O presidente Bolsonaro estará à disposição, como sempre esteve, das autoridades competentes tão logo a defesa tenha acesso aos autos. Os autos estão com o ministro Alexandre de Moraes e o doutor Marcelo já peticionou pedindo acesso aos autos", disse o assessor do ex-presidente a jornalistas.

Wajngarten esteve na sede da PF para acompanhar a oitiva do tenente-coronel Mauro Cid , do policial militar Max Guilherme e do militar do Exército Sérgio Cordeirodos, presos durante a operação que ocorreu na manhã desta quarta-feira. 

A PF ainda apreendeu os celulares de Bolsonaro e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro , durante operação na residência do casal, em Brasília, por volta das 7h30 da manhã.

A corporação cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, no Rio de Janeiro e em Brasília. Todas as prisões já foram realizadas até as 7h. O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, também foi preso.

A PF investiga um grupo que teria fraudado vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", afirma a Polícia Federal.


Bolsonaro nega fraude

Segundo o ex-presidente, ele e a filha Laura, de 12 anos,  não tiveram o cartão de vacinação alterados. 

"Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso", disse Bolsonaro.

"O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso", completou Bolsonaro.

Sobre os agentes da PF terem realizado uma operação na residência onde mora, o ex-presidente disse ter ficado "surpreso".

"No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar", afirmou o ex-presidente.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.