Ailton Barros ao lado de Bolsonaro
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Ailton Barros ao lado de Bolsonaro


O militar da reserva e ex-candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL-RJ) revelou ter o conhecimento de quem mandou assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 2018. A fala foi feita em áudio enviado ao tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

A Polícia Federal prendeu Ailton e Mauro nesta quarta-feira (3) durante a Operação Venire. A PF investiga fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, da filha do casal, Laura Bolsonaro, e de outras pessoas do entorno do antigo mandatário do país.

A declaração do militar da reserva sobre Marielle foi encontrada em conversa interceptada pelos policiais federais. Porém, não há qualquer elo com a apuração em relação a investigação dos cartões de vacina.

A Polícia Federal confirmou que a troca de mensagens aconteceu no final de novembro de 2021. Os áudios foram transcritos e entregues para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A PF também relatou que Ailton disse a Mauro Cid que o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano foi responsável por intermediar a inserção de informações falsas de vacinação no sistema do Ministério da Saúde.

Com o sucesso da inserção, Barros pediu a Cid que conseguisse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil para solucionar uma questão sobre visto de entrada do ex-vereador ao país americano, já que Marcello era investigado por envolvimento na morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

A mensagem de Ailton Barros a Mauro Cid, segundo transcrição feita pela PF

"De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”

Marielle Franco e o seu assassinato

Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, e o motorista Anderson Gomes foram mortos em março de 2018. De lá para cá, a Delegacia de Homicídios da Capital, o Ministério Público do Rio tentam descobrir quem ordenou a morte da parlamentar. A Polícia Federal entrou no caso em fevereiro deste ano.

A apuração do caso já teve trocas de delegados e promotores, porque não ocorreram avanços. Até hoje, ninguém sabe quem mandou matar a vereadora e qual a motivação.


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