Ricardo Capelli, ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou nesta quinta-feira (27) que é mais importante uma mudança "qualitativa" do que "quantitativa" no órgão de segurança. Ele assumiu a liderança após a demissão de Gonçalves Dias.
De acordo com Capelli, já foram realizadas trocas no núcleo dos cargos de direção do GSI. Ele pontuou ainda que, apesar das 87 exonerações já anunciadas , é preciso entender que o gabinete em questão tem "características de órgão de Estado", apesar de ser um órgão de governo.
"Mais importante do que a mudança quantitativa, é a renovação qualitativa dos cargos de direção e assessoramento superior que eu fiz ontem. É importante compreender que o GSI é um órgão de governo com características de órgão de Estado. Então têm funções contínuas muito importantes como a segurança do presidente, do vice-presidente, dos familiares, dos Palácios e que não é possível dar um 'cavalo de pau' e trocar tudo de uma hora para a outra", destacou em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Capelli ressaltou que quatro dos cinco secretários do GSI já foram trocados. Ele afirmou também que não conversou com Lula sobre o perfil do novo ministro, mas ressaltou que não deve haver antagonismo entre civis e militares para a escolha do novo líder.
“Esse antagonismo é ruim para o Brasil. Acho que o mais importante, inclusive, é discutir as funções, as atribuições que estão no GSI e o que fazer com setores estratégicos que estão sob coordenação do GSI hoje”, disse. Acho que a decisão conceitual é mais importante do que a decisão sobre o vínculo funcional de quem estará à frente do órgão", continuou.
CPMI de 8 de janeiro
Capelli também foi questionado sobre o que deve-se esperar acerca da CMPI dos atos golpistas de 8 de janeiro, que tiveram como alvo a Praça dos Três Poderes. O secretário interino afirmou que o Brasil foi vítima de um golpe "inaceitável".
"A CPMI vai confirmar o que o Brasil inteiro já sabe, que o Brasil foi vítima de uma tentativa de golpe inaceitável por radicais extremistas que não aceitaram o resultado democrático e legítimo das urnas", exclamou.
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"Essa conspiração golpista tem um núcleo financeiro, e a CPMI vai identificar quem são os financiadores. Mas pode também ajudar a nós chegarmos aos conspiradores, porque nada daquilo teria acontecido se nós não tivéssemos conspiradores, aqueles que não estavam no campo no dia 8 mas arquitetaram esse plano contra as instituições ao longo dos anos e após o resultado das eleições", complementou.
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