General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
José Cruz/Agência Brasil - 30/12/2022
General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)


O general Gonçalves Dias , ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (21) para falar do ato terrorista de 8 de janeiro . Ele afirmou que sua atuação no Palácio do Planalto no dia da manifestação golpista foi para retirar os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) do local.

Questionado porque não determinou a prisão dos bolsonaristas, o militar explicou que estava realizando “gerenciamento de crise”.

"Que indagado porque, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo", diz trecho do depoimento.

"Que o declarante não tinha condições materiais de, sozinho, efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andares, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado", relata outra parte do texto.

O ex-ministro ficou cinco horas na Polícia Federal prestando depoimento. Ele pediu demissão do cargo na quarta (19) depois da divulgação de vídeos que mostram ele andando em meio aos golpistas dentro do Planalto no dia 8 de janeiro. A data ficou conhecida pela tentativa de bolsonaristas de darem um golpe de estado.

Gonçalves Dias relatou que viu o major Natale oferecendo água para os golpistas e deu voz de prisão ao militar.

"Que indagado a respeito de o major José Eduardo Natale de Paula Pereira haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores; que deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que, se tivesse presenciado, o teria prendido", aponta o depoimento.

Gonçalves Dias fala sobre o sistema de inteligência

O ex-ministro foi indagado sobre o sistema de inteligência. Ele relatou que não tinha informações suficientes para tomar decisões e que acreditava que as câmeras não estava funcionando totalmente no dia do ato terrorista.

"Que indagado se o declarante entende se houve apagão da inteligência, respondeu que acredita que houve um 'apagão' geral do sistema, pela falta de informações para tomada de decisões", diz trecho do documento.


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