General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deixou a sede da PF
José Cruz/Agência Brasil - 30/12/2022
General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deixou a sede da PF

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias deixou a sede da Polícia Federal após prestar cinco horas de depoimento aos investigadores sobre os ataques de 8 de janeiro. Ele deixou o local por volta das 13h30, sem falar com a imprensa.

GDias chegou à sede da PF às 9h. Ele prestou esclarecimentos sobre sua ida ao Palácio do Planalto no dia dos ataques e a sua relação com os invasores.

O ex-ministro ainda foi questionado sobre os motivos de não ter liberado as imagens da câmera de segurança que o mostram no Palácio durante os ataques. O depoimento aconteceu após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas imagens, obtidas pela CNN Brasil, é possível ver Dias orientando os responsáveis pelos atos a deixar o Planalto. Segundo as filmagens, às 16h29, Gonçalves Dias andava pelo terceiro andar do Palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Ele tenta abrir duas portas e depois entra no local.

Minutos depois, o general aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns dos responsáveis pelos atos. As gravações sugerem, conforme a CNN, que ele indicava a saída de emergência ao grupo.

Depois, outros integrantes do GSI também aparecem nas imagens, parecendo indicar o caminho de saída aos invasores que estavam no terceiro andar do prédio.

Após a repercussão das gravações, GDias pediu demissão. O ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, assumirá a pasta interinamente.

Ataques em Brasília

Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.

No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.

No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.

Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.

Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.

Nesta semana, o STF tornou réus os primeiros 100 suspeitos de participarem dos ataques. Outros 200 golpistas devem ter os casos analisados nos próximos dias.

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