A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) afirmou, durante uma sessão da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais na noite desta terça-feira (11), ser obrigada a aceitar “alguém que se autodeclara mulher” , mas que tem a sua identidade indígena questionada. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, estava presente na ocasião.
A declaração de Waiãpi foi em resposta ao deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP). Segundo o parlamentar, a cultura indígena no país está passando por um “estelionato”, pois, há pessoas que se afirmam como representantes dos povos originários, mas não exercem esse papel na prática.
A deputada, então, rebateu Malafaia afirmando que não precisa do aval do deputado sobre sua etnia e comparou a situação com a de mulheres transexuais.
“Os senhores querem que eu aceite alguém que se autodeclara mulher, sem ser mulher, biologicamente um homem, e eu sou obrigada a aceitá-lo. Mas não querem me aceitar”, disse.
Após a fala da indígena, a presidente da comissão, deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), interrompeu a colega e a acusou de do crime de transfobia. Veja o momento da fala da parlamentar:
Transfobia na Câmara
Há cerca de um mês, em 8 de março, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) vestiu uma peruca loira na durante uma sessão na Câmara e ironizou mulheres trans ao discursar na tribuna.
“Hoje me sinto mulher, deputada Nikole, e tenho algo muito interessante para falar. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”, declarou o deputado.
A declaração transfóbica de Nikolas repercutiu negativamente dentro e fora do país. O deputado deve responder no Conselho de Ética da Câmara. Entidades LGBTQIAP+ acionaram o Supremo Tribunal Federal.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.