A defesa de Jair Bolsonaro (PL) informou, nesta sexta-feira (31), que devolverá o terceiro pacote de joias que o ex-presidente guarda no seu acervo pessoal desde 2019. O presente foi recebido durante uma viagem feita ao Catar e à Arábia Saudita.
Os advogados do ex-chefe do Executivo afirmaram que o conjunto de joias milionárias será entregue à Caixa Econômica Federal. Foi informado ainda que os itens, que incluem um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma espécie de rosário árabe serão entregues "o quanto antes".
Os juristas, contudo, ressaltaram que a nova determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) não integrava a investigação aberta por conta da tentativa de entrada ilegal dos outros dois pacotes de joias valiosas, que ocorreu em 2021.
O documento assinado pelo escritório do advogado Paulo Amador da Cunha Bueno destaca ainda a insatisfação da defesa de Bolsonaro em relação à condução do do TCU no caso. De acordo com eles, a situação gerou a demora na entrega dos itens e a impressão, na sociedade, de que não havia interesse em devolver as joias.
“Infelizmente, a deliberação quanto ao local apropriado para o depósito, bem como a expedição de ofícios e as diligências para efetivar a entrega segura e transparente dos bens se arrastaram mais do que o esperado.”
Ex-presidente prestará depoimento à PF
A polícia Federal intimou, nesta quarta-feira (29), Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, o coronel Mauro Cid, a depor no inquérito das joias milionárias que foram trazidas ilegalmente da Arábia Saudita para o Brasil.
Tanto o ex-presidente como o coronel prestarão depoimentos no dia 5 de abril, em Brasília, no mesmo horário. O processo para investigar a entrada dos itens milionários no país foi aberto no dia 6 de março, três dias após o caso vir à tona.
Outra pessoa convocada para prestar depoimento foi o coronel Marcelo Câmara, que é o responsável pelo acervo pessoal de Jair, local para onde foram levados os itens árabes valiosos.
Indícios de envolvimento concreto
A Polícia Federal encontrou “indícios concretos" do envolvimento do ex-presidente na tentativa de resgatar as joias da Arábia Saudita de R$ 16,5 milhões, que foram retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021.
Entre os indícios encontrados pela PF está um ofício assinado pelo braço-direito de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid . Ele solicitou ao secretário da Receita Federal "autorização para retirada por um representante das joias apreendidas".
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