O sigilo do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ser derrubado. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (13) pela CGU (Controladoria-Geral da União). O órgão informou que o documento é de interesse público por conta do posicionamento tomado pelo antigo chefe do Executivo federal brasileiro em relação à vacinação.
O Ministério da Saúde só poderá passar todas as informações para os brasileiros depois que for encerrada uma investigação sobre suposta fraude feita no cartão de vacina do antigo mandatário do país.
A CGU tem sido responsável pela apuração. Ela quer descobrir que o sistema do Ministério da Saúde foi invadido por hackers para inserir dados mentirosos no cartão de imunização de Bolsonaro.
Durante o auge da pandemia da Covid-19, o ex-presidente criticou o isolamento social e fez campanha contra os imunizantes, tendo como principal alvo a Coronavac, produzida na China. Na ocasião, ele decretou sigilo do próprio cartão de vacinação para que ninguém pudesse saber quais doses de vacinas ele teria tomado.
À época, Bolsonaro e sua equipe justificaram que o assunto era privado e cabia apenas ao ex-governante ter essas informações. No entanto, levantou-se a desconfiança que ele pudesse ter se vacinado contra a doença e optou por não revelar aos seus apoiadores que defendiam uma política negacionista.
Lula e sua ordem
Nas eleições de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu derrubar o sigilo do cartão de vacinação de Bolsonaro. Ao assumir o cargo, o petista ordenou ao CGU que fosse feita uma análise de todos os sigilos impostos pelo antigo governo. Todos os que tiverem em desacordo com a legislação serão derrubados.
Bolsonaro segue dizendo que não se vacinou. Em fevereiro, foi aberta uma investigação para saber se o cartão do ex-presidente foi adulterado. Isso porque existe um registro de que ele teria se vacinado em 2021.
O CGU confirmou que há o registro, mas deixou claro que apura para saber se não houve fraude.
O órgão também explicou que tornar público o status vacinal de Bolsonaro é de interesse público, porque o posicionamento dele se baseou na “política pública de imunização do Estado brasileiro durante a crise sanitária”.
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