Joias foram exibidas pelo JN
Reprodução/Globo
Joias foram exibidas pelo JN


A análise feita pela Polícia Federal aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha como objetivo incluir as joias de diamantes dadas pelo governo da Arábia Saudita no acervo pessoal. A PF acredita que o antigo governante do Brasil não tinha a intenção de lançar os itens de valor no patrimônio da União.

De acordo com o jornalista Valdo Cruz, do Portal G1, os investigadores dizem que a intenção ficou evidente com a tentativa de liberar os objetos no dia 29 de dezembro de 2022, um dia antes de Bolsonaro deixar o Brasil e viajar para os Estados Unidos.

O TCU determinou que o ex-presidente preste depoimento para a Polícia Federal para esclarecer diversos pontos da investigação. O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, também terá que ser ouvido pelos policiais.

Neste momento, Bolsonaro tem autorização para ficar com o relógio entregue pelo governo saudita, mas não pode vender e nem usar o item. No entanto,  ministros do TCU devem derrubar a decisão do magistrado Augusto Nardes.

Segundo uma reportagem de "O Estado de S. Paulo", um primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi entregue pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.

Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.

Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.

Investigação

Além da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), a CGU também instaurou um inquérito para investigar o caso. A Receita Federal informou que deve uma sindicância para apurar as denúncias contra o ex-chefe do Fisco, Júlio César Vieira Gomes.


Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!