Segundo pacote apresenta objetos masculinos: relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário
Reprodução - 06.03.2023
Segundo pacote apresenta objetos masculinos: relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário

Durante a última tentiva do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de liberar as joias enviadas pelos sauditas , documentos revelados pelo jornal O Estado de São Paulo mostram que Bento Albuquerque , ex-ministro de Minas e Energia do Brasil, também apresentou um recibo de outros presentes, além das peças avaliadas em R$ 16,5 milhões que seriam para a ex-primeira-dama.

O documento apresentado por Bento com data de 29 de novembro de 2022 não inclui peças de diamantes, mas sim objetos masculinos: relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário. Segundo a reportagem, essa foi a última tentativa do ex-ministro para liberar as peças retidas envolvendo a Receita, Planalto, Itamaraty e o Ministério de Minas e Energia.

Nesta,  uma ligação de Júlio Cesar Vieira Gomes, o secretário que comandava a Receita Federal, reforçava o pedido de liberação das joias.  No entanto, o servidor da Receita resistiu. As peças ainda estão no cofre da Receita em Guarulhos.

Entenda o caso

Segundo uma reportagem de "O Estado de S. Paulo" , um primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16 milhões, foram entregues pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.

Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas no alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.

Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.

Bolsonaro se defende

Após evento nos Estados Unidos, no último sábado, Bolsonaro disse que não pediu nem recebeu qualquer tipo de presente em joias do governo da Arábia Saudita.

"Agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais de forma maldosa dizendo que tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso", afirmou.

Ainda de acordo com ele, a Presidência notificou a alfândega. "Até aí tudo bem, nada de mais, poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue. Iria para o acervo, seria entregue à primeira-dama. E o que diz a legislação? Ela poderia usar, não poderia desfazer-se daqui. Só isso, mais nada", garantiu.

Entre no canal do Último Segundo no Telegram  e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG .

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!