O ministro da Justiça , Flávio Dino (PSB-MA), disse nesta segunda-feira (27) que há “muitos indícios” de que os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes não fizeram o crime “sozinhos”. A revelação foi feita em entrevista para o canal pago GloboNews.
“Há muitos indícios – eu diria até óbvios – de que os executores não agiram sozinhos. Por isso, é muito importante retomar e concluir as investigações para que haja Justiça plena e também a prevenção de que todos entendam que a política se resolve no voto e não na bala, como alguns infelizmente acreditavam e ainda acreditam", explicou o ministro do governo Lula.
Flávio Dino ordenou neste mês a abertura de um inquérito na Polícia Federal para apurar quais os motivos do crime, que ocorreu em março de 2018. O Ministério Público do Rio de Janeiro indiciou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que estão presos, como os executores de Marielle e de Anderson.
Ministério da Justiça vai reavaliar o caso
O ministro Flávio Dino contou que investigações do inquérito estão sendo feitos e que foi estipulado um prazo de 90 dias para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública reavalie o processo. O objetivo da pasta é saber quem foi o mandante e qual a motivação do crime.
“Acredito muito no trabalho da Polícia Federal. Acredito que há linhas de investigação bastante importantes”, detalhou. “Não nos interessa a paternidade. Nós entramos no caso para colaborar”.
Marielle Franco
Nascida em 1979, no Rio de Janeiro, Marielle atuou como socióloga, política e ativista. Em 2016, foi eleita vereadora pelo PSOL, conquistando a quinta maior votação da cidade carioca.
Ela era defensora dos direitos humanos, feminismo e desaprovava a intervenção federal no Rio de Janeiro. A parlamentar também denunciou vários episódios de abuso de autoridade por parte de policiais contra moradores de regiões carentes da cidade.
Em 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros junto de seu motorista, Anderson Gomes, no centro do Rio. O caso é investigado até hoje e a principal pergunta feita pelas autoridades é “Quem mandou matar Marielle?”.
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