O PSOL enviou nesta quinta-feira (9) uma representação ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) , pedindo a cassação da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) por suposto envolvimento na crise humanitária na Terra Indígena Yanomami .
Na ação, os parlamentares do partido apresentam documentos em que o MPF (Ministério Público Federal) e organismos internacionais notificaram o ministério comandado por Damares Alves sobre episódios de violência contra indígenas sem nenhuma resposta.
Para o partido, Damares realizou “práticas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar” e “utilizou a máquina pública como um instrumento para uma política etnocida e racista contra os Povos Indígenas”.
Segundo o documento da sigla, a "omissão" da ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) foi "peça fundamental" para os casos de desnutrição, malária e outras doenças que acometem os indígenas Yanomami.
O PSOL pede ainda que o Conselho de Ética do Senado analise se Damares pode continuar com a vaga na Casa Alta.
“A eleição para Senadora não é absolvição e não abona ou cancela os atos desabonadores praticados antes: os ilícitos cometidos e que quebram o decoro parlamentar continuam hígidos e surtindo seus efeitos”, diz trecho da representação.
Crise humanitária
O povo da Terra Indígena Yanomami, considerada a maior do Brasil, sofre grave crise humanitária e sanitária. Dezenas de adultos, crianças e idosos foram diagnosticados desnutrição grave e malária nas últimas semanas.
A situação precária dos indígenas se agravou muito a partir do avanço do garimpo ilegal .
Um levantamento da Hutukara Associação Yanomami aponta que o garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou 5.053 hectares da Terra Indígena Yanomami. O estudo também estima que, com a atividade irregular, 20 mil garimpeiros estejam no local.
A Terra indígena Yanomami está em emergência de saúde desde o dia 20 de janeiro , conforme decisão do governo Lula. Inicialmente por 90 dias, órgãos federais auxiliarão no atendimento aos indígenas.
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