Durante a reunião com os 27 governadores na noite desta segunda-feira (9) , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a Polícia Federal "negligenciou" os atos golpistas e agiu com "conivência".
"Tive que tomar uma atitude forte, porque a polícia de Brasília negligenciou, a inteligência de Brasília negligenciou as invasões [...] No dia da minha diplomação a polícia militar de Brasília acompanhava as pessoas tacando fogo em ônibus, havia uma conivência explícita da polícia apoiando os manifestantes", disse Lula.
O presidente começou o discurso agradecendo a presença de todos os chefes dos estados. "Uma das minhas propostas de campanha era reunir os 27 governadores para pensarmos os projetos mais importantes de cada estado. Quis Deus que essa reunião de hoje acontecesse antes, onde vocês vieram prestar solidariedade ao país e a democracia".
Sobre os autores dos atos, Lula afirmou que "essa gente passou a reivindicar o negacionismo do resultado eleitoral, começou a reivindicar a negação da urna eletrônica que está provada que é a coisa mais evoluída do ponto de vista eleitoral. Eles reivindicaram o golpe".
Por fim, o presidente declarou que irá investigar quem financiou a viagem dos golpistas até a capital do Brasil para realizarem os atos antidemocráticos.
"Não é possível um movimento durar o tempo que durou na frente dos quartéis se não tiver gente financiando. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou. Foi muito difícil conquistarmos a democracia nesse país. Precisamos aprender a conviver democraticamente na diversidade. Eles queriam golpe, e golpe não vai ter. Não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos”, disse Lula.
Após a reunião, o presidente Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a presidenta do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e o senador presidente em exercício, Veneziano Vital do Rêgo (MDB) junto com os 27 governadores caminharam a pé até a sede do Supremo para verem a destruição na sede causada pelos atos terroristas.
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