Marina Silva
(Rede) iniciou sua trajetória política no Acre e se tornou vereadora de Rio Branco em 1989, ainda filiada ao PT. Em 1991, virou deputada estadual e, quatro anos depois, passou a ser senadora. Por conta do seu conhecimento ambiental, aceitou ser ministra do Meio Ambiente no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
Marina se tornou referência mundial no combate ao desmatamento, mas reclamou inúmeras vezes de não ter o mesmo prestígio dentro do governo. Ela enfrentou conflitos com outros ministros, porque muitos colocavam os interesses econômicos acima da preservação ambiental.
A maior divergência ocorreu em 2008, quando se desentendeu com Roberto Mangabeira Unger, então ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Ela também enfrentou problemas com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua adversária política em 2010 e 2014.
Por causa de diversos problemas, Marina entregou sua carta de demissão a Lula e deixou o PT, migrando para o Partido Verde. Com enorme prestígio internacional, passou a trabalhar para se colocar como uma candidata à Presidência da República.
A Onda Verde
Em 2010, Marina não era vista como um nome capaz de vencer as eleições. À época, a favorita era Dilma Rousseff, apoiada por Lula, e o maior opositor era José Serra, então governador de São Paulo e representante do PSDB.
Porém, durante a campanha, Silva passou a receber apoio de importantes lideranças evangélicas e também dos eleitores mais jovem, que se identificaram com as pautas ambientais. Vários grupos criaram campanhas nas redes sociais para Marina, o que originou a chamada Onda Verde.
Apesar do crescimento, ela terminou a eleição 2010 em terceiro lugar com 19,33% contra 32,61% de Serra e 46,91% de Dilma.
Marina Silva e a segunda chance
Marina saiu das eleições 2010 com enorme popularidade, mas não se colocou como candidata à Presidência. Em 2014, aceitou ser vice da chapa de Eduardo Campos, no entanto, se tornou a principal liderança do grupo por causa da morte do ex-governador de Pernambuco.
A ex-ministra apareceu em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos bem próxima de Dilma. O PT identificou internamente que teria maior chance de vencer Aécio Neves (PSDB) em um eventual segundo turno contra o tucano.
Marina virou alvo da campanha de Dilma, o que a deixou muito irritada. A ex-ministra viu seu índice cair nas pesquisas e terminar em terceiro lugar nas eleições 2014.
A ex-senadora rompeu com o PT e declarou apoio a Aécio, que foi derrotado no segundo turno por Rousseff.
A queda
Em 2018, Marina lançou sua candidatura pela Rede Sustentabilidade, partido que ela fundou. Nas primeiras pesquisas de intenções de voto, Silva apareceu em primeiro lugar quando não tinha o nome de Lula nas indicações.
Após o início da campanha, a ex-senadora viu seu desempenho cair. Ela perdeu votos para Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno, e Ciro Gomes (PDT), que obteve o terceiro lugar. Marina ficou em 8° lugar com apenas 1% dos votos, seu pior índice.
Volta por cima
Marina descartou qualquer possibilidade de concorrer à Presidência e se colocou à disposição para concorrer ao cargo de deputada federal pelo estado de São Paulo, o que se concretizou neste ano.
Silva conseguiu ser eleita e se reaproximou do ex-presidente Lula, sendo cogitada para ocupar o cargo de ministra do Meio Ambiente.
Com a vitória do PT, iniciaram as negociações para que Marina voltasse ao Ministério. Na semana passada, ela foi convidada para ser Autoridade Climática, mas ela relatou que só faria parte do novo governo se fosse para comandar a pasta do Meio Ambiente.
Nesta quinta-feira (29), Marina foi confirmada no cargo. Ela retornará para o Ministério do Meio Ambiente 14 anos depois da sua saída.
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