A investigação que apura quem são os organizadores e participantes das manifestações que realizaram bloqueios ilegais em rodovias federai s e em quartéis pelo Brasil , já identificou uma série de pessoas, entre elas, estão empresários e até políticos que são acusados de suposto envolvimento nos protestos antidemocráticos.
Os atos começaram no dia 30 de outubro após a eleição de Luís Inácio Lula da Silva ( PT ) à presidência da República no segundo turno das eleições. Grupos de apoiadores do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), iniciaram uma manifestação que paralisou diversas rodovias pelo país. Nos protestos, eles pediam intervenção militar.
As listas com o nome de organizadores foram enviadas por órgãos policiais e Ministério Público para o Supremo Tribunal Federal. Veja quem são e o que disseram os acusados:
Acre
No Acre, o Ministério Público identificou dois "organizadores/financiadores" de protestos no dia 31 de outubro: Jorge José de Moura e Henrique Luís Cardoso Neto. O ministro Alexandre de Moraes determinou multa à dupla.
Ceará
A Polícia Militar do Ceará identificou Anderson Alves Pontes Garcias, policial militar, e Abrahao Vinicius Batista Possidonio, policial penal, eles eram integrantes dos protestos.
Minas Gerais
No relatório enviado ao STF pela Polícia Militar de Minas Gerais eles afirmam que "não há liderança clara frente às manifestações" , mas identificou duas pessoas que se destacaram no grupo: Cristiano Rodrigues dos Reis e Esdras Jonatas dos Santos.
De acordo com a polícia, Cristiano é "conhecido por ser um dos líderes do Movimento Direita BH" , enquanto Esdras "é visto com maior frequência sobre o trio elétrico interagindo com o público".
Goiás
Em Goiás, a polícia chegou a listar o nome de manifestantes que tiveram seus nomes ligados a contas PIX. Eles recebiam doações para ajudar nos acampamentos bolsonaristas. Aparecem Alessandro Francisco da Silva e Marcos Vinícius da Silva.
No documento, eles também apontam que o empresário Tales Cardoso Machado atuou para bloquear rodovia ao atear fogo em pneus na cidade de São Miguel do Araguaia.
Já a Justiça do Trabalho apontou o empresário do agronegócio Victor Cezar Priori como um dos participantes de atos em Jataí, cidade a 327 km da capital, Goiânia. Priori foi proibido pela Justiça de obrigar seus funcionários a participar de bloqueios antidemocráticos na cidade.
"Minhas empresas estão todas fechadas, de todas as fazendas têm gente nas rodovias, os caminhões e tudo estão colaborando" , disse o empresário que deverá pagar uma multa diária de R$ 100 mil por infração, além de R$ 10 mil por trabalhador afetado em caso de descumprimento da medida.
Rio Grande do Sul
Luciano Zucco (Republicanos), o deputado federal mais votado no Rio Grande do Sul, é classificado como incentivador das manifestações no estado pela Polícia Civil.
Na lista na lista de envolvidos nos atos antidemocráticos constam o vereador de Dom Pedrito Patrício Jardim Antunes (PP), a policial penal Mariana Lescano (PP), o comissário Thiago Teixeira Raldi (PSC) e o delegado Heliomar Ataydes Franco (União Brasil). Todos concorreram nas últimas eleições a vagas como deputados estaduais e federais. Eles não foram eleitos.
Santa Catarina
No estado de Santa Catarina, o Ministério Público apontou cerca de 12 empresários e agentes políticos que finaciaram os bloqueios bolsonaristas. Um dos empresários é Emilio Dalçoquio Neto, posto como líder das interdições, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Além de empresários, a empresa de transportes Transben recebeu três multas por participar dos bloqueios ilegais em Santa Catarina.
Paraná
A Polícia Militar listou 43 pessoas por organizar as manifestações no estado.
Pernambuco
Em Pernanbuco, a Polícia Federal identificou 13 líderes das manifestações. De acordo com a corporação, essas pessoas listadas demonstraram "certo grau de influência nos movimentos".
Ao Supremo Tribunal Federal, a Polícia Rodoviaria Federal afirmou ter identificado e multado 40 pessoas físicas e 10 empresas por organizar os bloqueios ilegais nas rodovias.
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