O ex-presidente Lula (PT) afirmou que a eleição deste ano é " anormal " e culpou seu adversário na disputa presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL), de criar um ambiente de ódio. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Mix FM de Manaus, na manhã desta quarta-feira (26).
"A gente está numa eleição um pouco anormal porque temos um cidadão anormal governando o país, que não conhece a Zona Franca de Manaus e que está se propondo a acabar com ela", afirmou.
A Zona Franca de Manaus (ZFM) é um parque industrial localizado na capital do Amazonas que compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. Em maio deste ano, Bolsonaro foi criticado por editar um decreto que zerou a alíquota do Imposto sobre Produtos Importados (IPI) sobre as empresas concorrentes às da ZFM, o que prejudicou duramente a região. O governo voltou atrás após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Em entrevista no início deste mês, o presidente garantiu que a ZFM será preservada.
Ainda na entrevista à Rádio Mix FM de Manaus, Lula afirmou que Bolsonaro criou um ambiente de ódio no país que antes não existia.
"Antes, se disputava a eleição e quem perdia ia para casa lamentar e se preparar para a próxima. O Brasil voltava à normalidade. Agora, as famílias estão brigando, uma coisa absurda", disse.
Em aceno indireto às dúvidas levantadas por Bolsonaro sobre o processo eleitoral, o petista afirmou que aceitará o resultado das urnas independentemente de qual seja. O candidato do PL, por sua vez, já chegou a admitir que poderia não aceitar o resultado caso o país não adotasse o sistema impresso de votação. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Guaíba em 7 de julho deste ano. Naquele mesmo mês, o candidato do PL reuniu embaixadores de diversos países para colocar em xeque, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas.
"Bolsonaro sabe que vai perder e está procurando alguma coisa para culpar", afirmou Lula. "Ele vai perder porque fez um mal governo, ele não entende de governo. Ele só conversa com a família dele e se prepara para contar mentiras nas lives."
Para o ex-presidente, mesmo no caso de sua vitória, o bolsonarismo vai continuar, assim como o fanatismo e o ódio. Ele acredita, porém, que o país passará por um processo de "recuperação".
"Nasci na vida politica fazendo negociação e vamos estabelecer uma política de boa convivência", disse.
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