O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou nesta sexta-feira (21) que conseguiu coletar o número de assinaturas necessárias para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar institutos de pesquisas eleitorais. Segundo o parlamentar, 177 assinaturas foram coletadas até a tarde de hoje.
Jordy protocolou o pedido junto aos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Capitão Derrite (PL-SP) e Paulo Eduardo Martins (PL-PR). Os parlamentares querem investigar o “uso político” das pesquisas para influenciar a escolha dos eleitores.
Bolsonaristas se reuniram para protocolar a proposta após divergências entre as pesquisas de intenção de voto e o resultado do primeiro turno. Nos levantamentos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia ser derrotado ainda no primeiro turno pelo ex-presidente Lula (PT) ou ficaria até 10 pontos percentuais atrás do petista. No dia do pleito, Bolsonaro teve 43% dos votos, enquanto Lula obteve 48%.
“O que chama a atenção é que as pesquisas, em sua esmagadora maioria, tendem a influenciar o voto em favor de determinados candidatos, partidos ou espectro político, pois que os resultados eleitorais mostram que a ‘margem de (suposto) erro’ sempre favorece ao mesmo grupo, como será demonstrado. E isso pode denotar que o solicitante compra da empresa de pesquisa um resultado”, aponta o documento.
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Segundo o texto enviado à Câmara dos Deputados, pesquisas feitas pelos institutos entre 2014 e 2022 serão analisadas pela comissão. A comissão deve estudar os levantamentos feitos para os cargos de prefeito, governador, senador e presidente da República.
Pedidos de investigação
Nos bastidores, a ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro cobrou uma investigação do Ministério da Justiça contra os institutos de pesquisa. A Polícia Federal (PF) atendeu à solicitação e abriu um inquérito.
Além da PF, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu um processo para apurar as inconsistências nas pesquisas Datafolha, Ipec e Ipespe. O Cade suspeita de formação de cartel entre as empresas.
Ambas as investigações, por sua vez, foram barradas por determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.