Bolsonaro durante discurso em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, em Brasília
Reprodução TV Globo - 07.09.2022
Bolsonaro durante discurso em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, em Brasília

O jornal americano The New York Times precisou traduzir a gíria "imbrochável", usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante discurso em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, na quarta-feira (7), em Brasília. Bolsonaro puxou um coro da palavra ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro, e de políticos e apoiadores presentes no evento. O veículo descreveu a gíria como "um pouco vulgar" e adotada pelo presidente como parte de seu discurso político.

"The crowd began chanting 'imbrochável', a slightly vulgar Portuguese word that translates roughly to 'never limp' that Bolsonaro has adopted as part of his political brand", escreveu o jornalista Jack Nicas, correspondente do New York Times no Brasil. "Mr. Bolsonaro joined the crowd and chanted: 'Never limp! Never limp! Never limp'!"

O termo "never limp", escolhido como a melhor tradução para "imbrochável", quer dizer, literalmente "nunca mole". 

Recentemente, o New York Times  também teve dificuldade para traduzir o termo "tchutchuca do centrão", usado por um youtuber brasileiro para ofender Bolsonaro no último dia 18 de agosto . O jornal traduziu o termo como "the pork barreler’s little lap dog", que significa, literalmente, "o cachorrinho de colo dos políticos de barril de porco". 

Como informou o iG em outra reportagem , consta em uma publicação da revista acadêmica Econômica, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que a origem do termo "barril de porco" remonta aos tempos da escravatura, nos Estados Unidos, em que era dado aos escravos um barril de "porco conservado em sal", fazendo com que eles competissem entre si pelo alimento. No contexto político, a metáfora diz respeito a políticos que tentam garantir para si a maior quantidade de verbas disponíveis para satisfazer seu eleitorado e aumentar a probabilidade de ser reeleito.

A dificuldade não foi só do jornal americano, como de toda a imprensa internacional. Na França, "tchutchuca" foi traduzido para " putain ”, palavra para "prostituta". Na Argentina, a tradução escolhida para o termo foi " perrita del centrao ", algo como "cadelinha do centrão".

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