República, Augusto Aras, afirma que o trabalho da Procuradoria-Geral da República (PGR) está sendo alvo de sabotagem ao receber "centenas e centenas de representações e notícias crimes baseadas meramente em notícias de jornais previamente plantadas".
O material foi publicado em um canal do YouTube do chefe da Procuradoria, e apresenta trechos de duas entrevistas antigas concedidas por ele a jornalistas.
"Esta procuradoria passou a ser literalmente sabotada - e eu digo, sabotada mesmo - com centenas e centenas de representações e notícias-crime baseadas meramente em notícias de jornais previamente plantadas", diz Aras.
Ainda segundo o procurador-geral, a "sabotagem" ocorre porque a cada representação "desprovida de fundamento" que chega à PGR, há todo um movimento da máquina pública, que fica impedida de avançar em outras investigações
"Isso é uma sabotagem ao nosso trabalho porque cada representação que chega a esta instituição é levada a análise de um servidor que faz uma triagem acerca da idoneidade da autoria, do conteúdo, das provas. Ela é levada depois a um procurador da República e, depois, ao PGR", afirma.
A atuação de Aras vem recebendo críticas por parte de integrantes da oposição em razão de posicionamentos relacionados ao governo Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o PGR, essa "sabotagem" faz parte de uma estratégia para minar o trabalho de investigação do órgão.
"Tudo isso é perda de tempo, perda de dinheiro público. Tudo isso é parte de uma estratégia para que esse procurador não continue investigando as verdadeiras organizações criminosas que existem neste país", ressaltou.
Na quarta-feira, a PGR pediu o arquivamento do pedido de parlamentares para a retirada do sigilo e o consequente acesso a uma cópia das mensagens entre Aras e empresários que foram alvo de mandados de busca e apreensão na semana passada. A operação da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e causou atritos com a PGR.
Na manifestação, assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, o órgão afirma ser "incabível o deferimento de transferência sigilosa a órgão político de supostos elementos de informação" contidos numa petição a que a PGR "ainda não teve acesso".
Ainda segundo Lindôra, "a legislação processual penal, portanto, não contempla a legitimação de terceiros para intervir em Petição criminal sigilosa em curso no Supremo Tribunal Federal, inclusive pugnando por aprofundamento de investigação em determinado sentido que melhor lhes aprouver, sobretudo em pleno período eleitoral, com viés de autopromoção pessoal desses agentes políticos".
Na avaliação da vice-PGR, o pedido dos senadores Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Humberto Costa e Fabiano Contarato consiste em uma "tentativa de abertura de prospecção probatória a ser desenvolvida por específicos atores políticos em ano eleitoral", que resultaria em "exploração midiática de sua atuação". Para ela, os senadores desejam fazer uma "nova frente politica em busca de protagonismo jurídico em substituição às autoridades competentes".
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