Nesta quinta-feira (4), a oposição reagiu às falas do presidente Jair Bolsonaro (PL)
, que voltou a colocar em dúvida o processo eleitoral e declarou que, através das Forças Armadas, tem buscado impor que a condução das eleições no Brasil seja transparente. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro nas urnas, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o mandatário está preocupado em perder as eleições.
“Bolsonaro sabe que não tem problema no processo eleitoral. O que ele tem é medo de perder as eleições”, disse o petista ao iG, em posicionamento semelhante ao que tem realizado nos atos públicos em que participa.
O presidente do PDT, Carlso Lupi, também não gostou nem um pouco das novas declarações do atual chefe do executivo federal. “Ele quer a militarização da política. Com todo respeito, o Brasil não dentro de um quartel. Cada um deve estar no seu quadrado”.
O senador Fabiano Contarato (PT) demonstrou muita indignação e lembrou que não é a primeira vez que Bolsonaro agiu desta forma. “Farsante e golpista, sempre foi! Não há novidade, exceto no ponto em que sua retórica de sempre se converteu no que chamamos no Direito Penal de ‘atos preparatórios’, diante de sua derrota iminente”, explicou o parlamentar.
“O roteiro está dado: armar um carnaval golpista no 7/09 pra 'conclamar' as Forças Armadas a adiarem as eleições, a pretexto de 'aperfeiçoamentos' na 'segurança' das urnas, que, aliás, sempre funcionaram muito bem. Vai acontecer: é líquido e certo! A questão é se os fardados atenderão ao chamado”, acrescentou.
O senador relatou que os democratas precisam lutar para evitar que os planos do presidente da Repúblicas funcionem. “É preciso desarmar esse golpe com data marcada pra ocorrer e remover com urgência as Forças Armadas da Comissão de Transparência Eleitoral: enquanto organização politicamente neutra, não podemos dar à minoritária fração golpista dos militares o pretexto institucional perfeito para agasalhar sua infâmia!”.
Já o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) avalia o comportamento do presidente como uma “bravata” e um “ato de desespero de quem sabe que vai perder a eleição e de que também pode ser preso”.
“Vai ter que responder pelos seus crimes quando não tiver no cargo e não puder colocar sigilo de 100 anos nas suas coisas. Bolsonaro foi eleito deputado várias vezes pela urna eletrônica. Ele quer ficar falando de urna eletrônica, voto impresso para esconder os verdadeiros problemas do povo brasileiro, da inflação, da fome e do desemprego, que ele não tem nenhuma solução para isso”, declara.
Bolsonaro e as urnas eletrônicas
A posição da oposição não é por acaso. Em reunião com pastores da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, Bolsonaro afirmou que tem usado as Forças Armadas para impor eleições no Brasil que sejam transparentes.
“Três do TSE acreditam piamente nas pesquisas do Datafolha. Não quero alongar muito sobre isso. Estou fazendo minha parte no tocante a isso, buscando impor, via Forças Armadas, que foram convidadas, a nós termos eleições transparentes”, comentou o governante.
Ele ainda falou que, caso tenha algum problema nas urnas eletrônicas, não irá apenas prejudicá-lo. “Porque, se houver algo de errado, não é só para mim. Vai ser para deputado, senador, governador”, acrescentou.
No entanto, como sempre, Bolsonaro não apresentou qualquer prova ou indício que as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro não sejam confiáveis, diferentemente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que disponibilizou todas as informações sobre as ferramentas usadas para que ocorram de forma limpas as eleições no Brasil.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram
e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.