Luciano Bivar deve ter Lula em seu palanque no primeiro turno
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Luciano Bivar deve ter Lula em seu palanque no primeiro turno


Luciano Bivar (União Brasil)  está muito próximo de anunciar a retirada da sua candidatura à presidência para concorrer a deputado federal por Pernambuco. Para alcançar uma vaga no Congresso Nacional, o presidente do UB quer ter em seu palanque nas eleições o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Inicialmente, quando as negociações eleitorais tiveram início, Bivar jamais cogitou estar do lado do candidato do Partido dos Trabalhadores. Na avaliação dele, o União Brasil tinha que fazer parte da terceira via por acreditar numa agenda mais liberal.

No entanto, com o fracasso de João Doria (PSDB) e Sergio Moro (União Brasil), Luciano passou a procurar alternativas para que a sua sigla não ficasse enfraquecida no Congresso Nacional. Uma delas, por exemplo, foi dar independência aos diretórios estaduais.

A proximidade com o PT ocorreu por conta de uma insatisfação de Bivar com Rodrigo Garcia (PSDB), candidato ao governo de São Paulo. O presidente do UB disse, em entrevista para a CNN Brasil, que não teria nenhum problema em fechar um acordo com Fernando Haddad (PT), candidato também ao Palácio dos Bandeirantes.

Tal frase chamou a atenção do ex-prefeito paulistano, que pegou o telefone e ligou para conversar com o deputado. Apesar do diálogo ter sido satisfatório para Luciano, o União Brasil optou por fechar o acordo com Garcia, mas um caminho foi aberto para que o ex-aliado de Bolsonaro conversasse com Lula.

Lula e a procura por um grande partido de centro-direita

O ex-presidente trabalhou ao longo de 2021 para que todos os principais partidos de esquerda estivessem na sua coligação. Ele conseguiu fechar com o PCdoB, PV, PSB, Solidariedade, PSOL e Rede Sustentabilidade. Só o PDT preferiu ficar de fora, mantendo a candidatura de Ciro Gomes.

O petista então iniciou as articulações para atrair partidos de centro e centro-direita em seu grupo. Conseguiu conquistar uma ala do MDB ao seu lado, no entanto, a sigla segue com a candidatura de Simone Tebet. Já a negociação com Kassab foi enorme, porém, o PSD será independente no primeiro turno.

Lula acredita que o MDB não fará uma grande bancada no Congresso Nacional e, por conta disso, não vê condições para que alguém da legenda consiga ser presidente da Câmara ou do Senado.

Em relação ao PSD, o ex-presidente aposta que Rodrigo Pacheco será reeleito. Por conta disso, ele quer outro partido presida a Câmara dos Deputados. O União Brasil surgiu como uma grande oportunidade.

União Brasil e Lula

Bivar ficou satisfeito com o fato do vice de Lula ser o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Ao conversar com o ex-presidente, soube que algumas pautas defendidas pelo União Brasil fazem parte dos planos do petista e isso pode ser um trunfo para convencer seu partido a estar ao lado de um possível governo de esquerda.

Outro ponto que o interessou foi a promessa de ter o ex-presidente na articulação para transformá-lo o chefe da Câmara. Para isso, Lula estaria no mesmo palanque que Bivar em Pernambuco para elegê-lo deputado. A expectativa do União Brasil é ter dois candidatos vitoriosos para ocuparem cargos na Casa de Leis.

O presidente do UB deixou claro que dificilmente a agremiação estará no primeiro turno com a esquerda. Isto porque houve muita demora para que as conversas andassem e agora há alianças fechadas nas esferas estaduais.

Na sequência, Bivar trabalharia para fazer o União Brasil desembarcar na candidatura de Lula em um eventual segundo turno. Caso a vitória petista ocorra no primeiro, as negociações serão em torno da presidência da Câmara e para que sua sigla esteja com o PT durante o governo.

As maiores preocupações dos petistas estão em cima de Sergio Moro, Rosangela Moro e membros do MBL. No entanto, Bivar deixou claro que isso não será problema. No seu cálculo, o partido conseguirá eleger uma bancada com 50 deputados. Ele garantiu que, pelo menos 40, estarão com o ex-presidente.

Porém, antes de bater o martelo, Bivar conversará com Miguel Coelho, Fernando Bezerra e outros aliados. Se a maioria concordar com o plano, ele seguirá em frente.


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