O Ministério da Defesa e as Forças Armadas apresentaram uma notícia crime ao procurador-geral da República, Augusto Aras, contra o pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, por suposto crime de "Incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”. Segundo a nota divulgada pelo ministério, a motivação da ação foi a entrevista de Ciro à rádio CBN.
Na ocasião, o pré-candidato afirmou que Bolsonaro destruiu construções de comando e controle na Amazônia e que isso transformou a região em uma "holding de crime". Ciro também afirmou que o "narcotráfico é claramente protegido por autoridades brasileiras, inclusive as Forças Armadas".
Em nota, a Defesa e as Forças Armadas repudiaram as "irresponsáveis" declarações de Ciro Gomes e afirmaram que as "acusações levianas afetam gravemente a reputação e a dignidade" das instituições.
"Não é admissível, em um estado democrático, que sejam feitas acusações infundadas de crime, sem a necessária identificação da autoria por parte do acusador e sem a devida apresentação de provas, ainda mais quando dirigidas a Instituições perenes do Estado brasileiro", diz parte da nota, assinada pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Segundo a nota, o objetivo da ação é que se apure supostos crimes de “Incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade” e “Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público”.
Ao final, o texto reforça as Forças Armadas muito se orgulham de atuar na defesa e na proteção da Amazônia e de realizar, regularmente, ações de combate a ilícitos ambientais e transfronteiriço".
As declarações de Ciro vieram na esteira da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips a tiros no Vale do Javari. No domingo, a Polícia Federal (PF) informou que subiu para oito o número de suspeitos de envolvimento com as mortes — três deles já foram presos durante as investigações sobre o caso. De acordo com a polícia, mais cinco homens que ajudaram a ocultar os corpos de Bruno e Dom na mata foram identificados. A polícia, porém, não informou os nomes.
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