O ministro da Educação, Victor Godoy , disse que caso qualquer pessoa tenha praticado alguma irregularidade, que seja punida, ao comentar a prisão do ex-chefe da pasta Milton Ribeiro, na manhã desta quarta-feira (22) . Godoy afirmou que a postura de Ribeiro nunca causou "desconfiança".
"Caso qualquer pessoa tenha praticado qualquer irregularidade, que seja comprovada a sua culpa, isso tem que ser objeto de responsabilização. Nosso governo não compactua com qualquer tipo de irregularidade ou desvio, ainda mais recursos da educação", afirmou o ministro em entrevista a jornalistas.
Na ocasião, Godoy disse que nunca teve conhecimento de qualquer postura de Ribeiro que pudesse causar algum tipo de desconfiança de sua parte, mas que os órgãos de investigação têm "mecanismos mais robustos" para apurar o caso.
"Todos sabem que sou servidor de carreira da Controladoria Geral da União, trabalhei mais 14 anos investigando e combatendo recursos públicos e também por essa experiência, a gente sabe que essas coisas acontecem sempre de maneira velada, né? Então nunca tive conhecimento ou qualquer tipo de postura do ex-ministro na minha frente que pudesse me levar a qualquer tipo de desconfiança", disse ele.
"Naturalmente, os órgãos de investigação têm mecanismos de investigação mais robustos e a gente espera que se alguém for culpado, se for comprovada, de fato, a culpa, de quem quer que seja, que seja responsabilizado."
A declaração de Godoy se mostra alinhada à fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista à rádio Itatiaia nesta manhã . O mandatário recuou do apoio a Ribeiro e afirmou que "a PF está agindo", ao comentar o mandado de prisão contra o ex-ministro.
"Vai botar a culpa em mim? [...] Se fez algo, que responda pelos seus atos", disse ele. "Milton responde pelos atos dele. Isso é sinal de que eu não interfiro na PF."
Questionado, Bolsonaro voltou a dizer que não sabia de qualquer irregularidade e não teve participação nos supostos crimes cometidos no Ministério da Educação.
Nesta quarta, a Polícia Federal prendeu Milton Ribeiro por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do MEC. A PF também cumpre mandados de busca e apreensão e prisão contra os pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do MEC para prefeituras.
A operação foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão do ex-ministro. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi enviada à primeira instância depois que Milton deixou o cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro.
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