Com o fim do projeto de Sergio Moro (União) de disputar a Presidência, ex-apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que haviam mergulhado de cabeça na pré-campanha do ex-juiz estão retornando para as fileiras bolsonaristas visando às eleições deste ano. Um exemplo é o deputado federal Julian Lemos (União-PB), coordenador no Nordeste da campanha vitoriosa de Bolsonaro em 2018.
Ao longo do tempo, Lemos havia se distanciado de Bolsonaro, e quando Moro tornou público seu projeto político virou um apoiador de primeira hora do então pré-candidato pelo Podemos. O parlamentar passou a atuar como um dos coordenadores da pré-campanha do ex-juiz e intensificou as críticas ao presidente, a quem chegou a chamar de “despreparado”. Nas redes sociais, chegou a trocar xingamentos com Eduardo Bolsonaro, que se tornou seu inimigo pessoal.
Porém, com a saída de Moro do Podemos e o fim de seu projeto para disputar o Palácio do Planalto, Lemos vem suavizando seu discurso sobre o governo, alegando que frente à possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar as eleições, deve voltar a apoiar Bolsonaro. Em entrevista recente à revista Veja, ele explicou: “Estamos entre um copo de fel e um copo de vinagre. Por mais que eu tenha diferenças com o presidente, ele não agride alguns valores que eu tenho”.
“Tiro no pé”
Outro a fazer o mesmo caminho é o senador e ex-correligionário de Moro Marcos do Val (Podemos). Ele chegou a ser convidado pelo ex-juiz para coordenar a área de segurança pública em eventual programa de governo. Depois da saída de Moro do Podemos, Do Val fez críticas ao ex-colega de legenda afirmando que sua atitude tinha sido um “tiro no pé”.
Após Moro deixar a corrida presidencial, o senador voltou a fazer postagens de apoio a Bolsonaro e a exaltar ações do governo federal em suas redes sociais. “Parabéns ao presidente Bolsonaro por reconhecer o valor e o empenho dos homens e mulheres que fazem Segurança Pública neste país”, postou recentemente em seu Instagram.
Apesar de se apresentar como parlamentar “independente”, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) ficou conhecido por atuar na tropa de choque de defesa do governo Bolsonaro na CPI da Covid. Defensor ferrenho da Lava-Jato, tornou-se um dos principais aliados de Moro após ele anunciar seus planos para disputar a Presidência. Mesmo com a saída do ex-juiz do Podemos, Girão disse que continuaria trabalhando para evitar um retorno do PT ao poder.
Em entrevista a recente à Jovem Pan, o senador afirmou que não se empolgava com os nomes da terceira via e defendeu que o Podemos ainda pode lançar candidatura. Porém, questionado sobre um eventual segundo turno entre Bolsonaro e o PT, ele indicou apoio ao atual chefe do executivo.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.