Fabrício Queiroz deu entrevista para o
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Fabrício Queiroz deu entrevista para o "Mais ou Menos podcast"

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e personagem central no caso das 'rachadinhas' envolvendo o filho do presidente, o pré-candidato a deputado federal Fabrício Queiroz vê como 'absurda' a chance de não ser apoiado pela família durante a sua campanha.

"Eles não são meus inimigos, eu acredito que eles também não me têm como inimigo em hipótese alguma. Eu não sou bandido, entendeu? As pessoas que eu coloquei estão do lado deles lá, uma até vem candidato pra competir comigo - disse, se referindo ao policial militar Max Guilherme Machado de Moura (foto), segurança e assessor especial de Bolsonaro", disse. 

Em entrevista ao "Mais ou Menos podcast", o ex-assessor pressiona o clã:

"Quero que você pergunte isso a eles. Em qualquer lugar que eu vou perguntam se eles vão me apoiar. É um absurdo se não me apoiar. Então eu sou bandido? Eu sou meio bandido? Eu sou o quê? Sou o Queiroz, pai de família, trabalhador. Fiz uma lambança que respingou neles? Sim. Mas não tem crime. Eu não faço a pergunta diretamente porque é constrangedor, mas quero que vocês façam essa pergunta diretamente. Quero ver eles dizerem que não me apoiam", disse.

Filiado ao PTB desde março deste ano, Queiroz comentou também sobre as "rachadinhas", investigação que apurava se ele era o operador de um esquema de apropriação indébita de salário de assessores parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Sem entrar em detalhes, alegando que o assunto estava sendo tratado como segredo de justiça, o ex-policial reforçou as decisões judiciais favoráveis pela anulação da investigação.

O ex-PM exaltou ainda Adriano da Nóbrega, o ex-capitão do Bope suspeito de integrar uma quadrilha de matadores e de ter comandado a milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Queiroz fez questão de defender Adriano, morto em operação rural na Bahia e suspeito de envolvimento no caso da vereadora Marielle Franco.

"Adriano é um dos melhores policiais que eu já vi, exímio policial. O cara é fera, tive o prazer de trabalhar com ele. (…) Se ele cometeu coisa errada depois que nós trabalhamos juntos, aí é outra coisa. Mas eu te garanto que ele nunca foi miliciano, isso eu tenho certeza. Pode ter se envolvido com contraventores, essas coisas. Mas miliciano eu tenho certeza que não foi", disse.

O ex-assessor político revelou também conhecer o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso acusado de ser um dos assassinos da vereadora do Rio Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Queiroz contou ainda que ajudou o PM a obter uma prótese após ter uma perna amputada em atentado à bomba que explodiu seu carro.

"Eu conheci o Lessa, quando ele perdeu a perna dele, um policial, alguém me ligou, pedindo uma perna pra ele. E eu pedi a perna pra ele na ABBR. O presidente sempre dava verba para esses hospitais. …. Eu fui pedir, sem o Jair saber, sem o Flávio saber. Como podia pedir para qualquer outra pessoa, eu tinha essa autonomia. Se eu entro lá no condomínio e vejo o Lessa na rua…nunca imaginei o Lessa estar morando lá dentro. Eu ia pegar ele: “pô, cara. Tu tá aqui? Vamos ali tirar uma foto com o presidente, com o Jair”. Eu ia levar ele e ia ter essa foto. Já pensou? Já pensou o que eles iam fazer com a foto?", questionou Queiroz.

Outra questão citada por Queiroz foi sua prisão na casa do Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro. O ex-assessor disse não conhecer pessoalmente o advogado e que se escondeu em sua residência após a intermediação de um conhecido em comum, que não revelou o nome. Queiroz contou que procurou essa pessoa após saber por Adriano da Nóbrega de um plano para o assassinar e aproveitou para mandar uma mensagem de agradecimento por Wassef, que também é pré-candidato a deputado federal.

"Frederick Wassef, tenho muita gratidão. Gratidão não prescreve. E se Deus quiser, estaremos juntos na Câmara dos Deputados", disse.

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