Vereador Renato Freitas (PT), de Curitiba
Divulgação - 10/05/2022
Vereador Renato Freitas (PT), de Curitiba

O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) denunciou o recebimento por e-mail de uma mensagem com conteúdo racista nesta segunda-feira. O caso foi levado ao gabinete da presidência da Câmara Municipal, de forma que o parlamentar Tico Kuzma (Pros) iniciou a sessão ordinária desta terça-feira com um pronunciamento sobre as ofensas.

"A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não. Seu negrinho", diz trecho do e-mail, revelado pelo portal "Brasil de Fato".

Pela captura de tela do comunicado recebido por Freitas, é possível ver que o envio foi atribuído ao também vereador Sidnei Toaldo (Patriota), que negou ter sido o autor e informou que vai registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil do Paraná para que os fatos sejam apurados.

"Finalmente, destaco que bem serão disponibilizadas todas as informações necessárias às autoridades para a apuração do ocorrido com o fim de proteger a segurança de dados de todos os usuários desta casa. O acontecido é inaceitável, é criminoso, e aqui eu deixo a minha solidariedade ao vereador Renato, ao vereador Herivelto e à vereadora Carol Dartora pelo conteúdo do e-mail recebido. Então, essa casa fará de tudo para apurar os fatos e já estamos tomando providências", acrescentou Kuzma.

Em comunicado, a assessoria de imprensa de Toaldo diz que o vereador não teve acesso ao arquivo, nem foi procurado oficialmente para tratar do assunto, "sendo assim, declara que já estão sendo tomadas medidas legais, bem como os procedimentos quanto à autenticidade do referido e-mail estão sendo devidamente providenciados".

"O vereador ressalta seu repúdio com relação ao conteúdo deste e-mail, considera inaceitável que qualquer pessoa seja capaz de proferir tais palavras, que dirá escrevê-las", conclui.

A mensagem recebida por Freitas menciona ainda uma "gravação que aquela vagabunda vazou pra imprensa" ao questioná-lo se pensa que o processo de cassação acabaria por causa disso.

"O Márcio Barros já se afastou do conselho de ética, não tem mais desculpas pra você e o Guilherme, aquele seu advogadozinho de porta de cadeia, evitar o inevitável", afirma trecho do e-mail, dizendo ainda: "Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro. Já metemos pressão na Indiara Barbosa e na Noêmia Rocha. Não adianta chorar naquele site imundo Brasil 247 que recebe do PT dinheiro roubado do povo. Eu não tenho medo do Requião, ou melhor, do Requiladrão, aquele safado que devia estar preso junto com o cachaceiro analfabeto do Lula".

O caso que avalia a cassação de Freitas ou o arquivamento do processo é tratado nesta terça-feira na Câmara Municipal de Curitiba. A acusação contra o petista começou por ele ter participado de um protesto pela morte do congolês Moïse Mungenyi Kabagambe, de 24 anos, após ter sido espancado no Rio, e em memória de Durval Teófilo Filho, 38, morto pelo vizinho ao ser confundido com um assaltante enquanto chegava do trabalho, também na capital fluminense.

A manifestação, realizada em 5 de fevereiro na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico da capital do Paraná, foi alvo de críticas nas redes sociais, especialmente de bolsonaristas. A arquidiocese de Curitiba também se manifestou e classificou o ato como agressivo e ofensivo.

Manifestantes favoráveis ao arquivamento do processo contra Freitas estiveram presentes em frente à Câmara Municipal de Curitiba nesta terça-feira para mostrarem seu apoio ao vereador.

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