Investigadores portugueses tiveram acesso a mensagens de WhatsApp nas quais a doleira Nelma Kodama negocia valores e produtos com seu então namorado, Rowles Magalhães. Para a Polícia Judiciária de Portugal, trata-se de narcotráfico. Mas a brasileira se defende e alega que era apenas compra e venda de ouro.
Os diálogos foram revelados pela rede de televisão SIC Notícias. Nas conversas, Nelma e Magalhães falam sobre valores e quantidades. Os dois foram presos na semana passada, quando foi deflagrada a Operação Descobrimento, para combater o tráfico internacional de drogas.
Magalhães: "Estou chegando com visita aí".
Nelma: "Ok amor".
Magalhães: "Vc não muda o valor com o T".
Nelma: "Problema que devemos 2 mm".
Nelma: "400 x 6000 da 2.400"
Magalhães: "Dá no mínimo 3k a metade"
Nelma: "Falo pr T me dar 3 no total?"
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Para a polícia portuguesa, essa conversa mostra que os dois mantinham uma parceria no tráfico internacional de drogas. Os investigadores afirmam que também têm conversas telefônicas interceptadas.
O advogado Adib Abdouni, representante de Nelma, sustenta que os diálogos no WhatsApp estão fora de contexto. Para o defensor, os investigadores cometeram um erro de interpretação. Ele alega que a conversa era sobre investimentos legais em metais preciosos.
"Ela vai provar que realmente não mexia com drogas e sim que mexia com ouro. E eles vão fazer toda a identificação disso, de onde adquiriram, como adquiriram, o que fizeram para transporte de ouro. Nunca mexeram com drogas", afirmou Abdouni, à SIC.
Abdouni esteve ontem no Estabelecimento Prisional de Tires, nos arredores de Lisboa, onde Nelma está presa. A suspeita permanece isolada das outras reclusas e aguarda o pedido de extradição das autoridades brasileiras.
Tráfico de drogas
Nelma foi presa em um hotel de luxo em Portugal nesta terça-feira. Ela é suspeita de envolvimento em esquema de tráfico internacional de drogas, no âmbito da Operação Descobrimento.
A operação também prendeu o lobista Rowles Magalhães, ex-namorado de Nelma. Ele está detido na Polícia Federal em São Paulo.
A investigada também é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef e ganhou notoriedade por ter sido uma das delatoras da Operação Lava-Jato, pela qual foi condenada a 18 anos de prisão em 2014.