O ministro interino da Educação, Victor Godoy, divulgou uma carta nesta quarta-feira na qual afirma que atuará "com rigor" para fortalecer mecanismos de transparência da pasta. Godoy disse ainda que vai colaborar com órgãos de investigação e controle.
Ex-secretário executivo da pasta, Godoy assumiu o posto de ministro após a queda de Milton Ribeiro em decorrência de denúncias sobre a influência de pastores no repasse de recursos do MEC. Na carta, Godoy agradeceu ao presidente pela confiança em nomeá-lo para o cargo.
" Ainda, atuarei com rigor para incrementar os mecanismos de transparência e integridade na aplicação dos recursos educacionais, inclusive, colaborando com os órgãos de investigação e controle", diz o texto.
Na segunda-feira, o ministro Milton Ribeiro foi exonerado do Ministério da Educação (MEC) e divulgou uma carta na qual afirmava que se afastava da pasta por um senso de "responsabilidade política e patriotismo".
O jornal Estado. de S. Paulo revelou que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura tinham livre acesso ao ministro e atuavam como lobistas, pedindo propina a prefeitos para liberar recursos da pasta. A verba negociada pelos pastores vinha do Plano de Ações Articuladas (PAR), coordenado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Esses recurso são flexíveis e podem ser usados para diversas funções, como compra de veículos, obras, realização de eventos, entre outros.
No documento, Godoy diz que vai priorizar o retorno efetivo dos estudantes às atividades presenciais de forma segura, com a garantia de recuperação da aprendizagem. Ao longo da pandemia, o MEC foi amplamente criticado por não proporcionar acesso dos estudantes à educação durante a suspensão das atividades presenciais.
"O direito à educação para todos será uma prioridade sob a minha gestão, com o combate à evasão e ao abandono escolar, apoiado em políticas de redução das desigualdades regionais, em conjunto com os entes federados", afirma
O ministro interino também disse que se esforçará para conclusão de obras inacabadas e paralisadas. Godoy citou que atuará pela fortalecer a alfabetização, o ensino técnico e profissional, formação de professores e a educação superior. Também fixa como meta a implementação do Novo Enem , que deve ser colocado em prática até 2024 com base na reforma do ensino médio.
Após assumir o cargo, o novo ministro exonerou quatro pessoas, entre elas, Luciano Musse, apontado pelo jornal "Estado de S. Paulo" como auxiliar dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Musse atuava como gerente de projeto na Secretaria Executiva.