Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite
José Cruz/Agência Brasil - 11.06.2019
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite

Enquanto não confirma se será candidato à Presidência , o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), continua negociando apoio a um eventual projeto político para as eleições deste ano. Leite deve se reunir hoje com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que quer lançá-lo ao Planalto. Aliados dizem que ele articula, também, um encontro com Luciano Bivar, presidente do União Brasil, que o gaúcho tenta atrair.

Ontem, o governador tucano voltou a admitir a possibilidade de mudar de partido para concorrer a presidente . Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele disse que não quer ficar com o sentimento de “poderia ter feito algo, mas não fiz”.

O encontro com Kassab deve ocorrer em São Paulo, onde Leite também deve participar de uma agenda com empresário, e será o primeiro desde que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desistiu de ser o nome da sigla à Presidência . Leite voltará a se reunir com o presidente do PSD amanhã em Porto Alegre, na cerimônia de filiação da ex-senadora Ana Amélia Lemos, que é secretária na gestão Leite, ao partido de Kassab. Mês passado, outro integrante do governo do gaúcho também ingressou na sigla: o secretário Agostinho Meirelles, que é um dos aliados mais próximos de Leite.

Apoios no centro

Caso seja mesmo candidato, Leite precisa renunciar ao governo até 2 de abril. Uma das condições que ele tem colocado é a necessidade de receber apoio de outros partidos de centro. Não por acaso, trabalha para atrair o União Brasil. Desde as prévias, o gaúcho também estreitou laços com ACM Neto, que é secretário-geral do novo partido.

Um dos seus interlocutores com o União Brasil é o seu secretário de Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato, que preside a legenda no Rio Grande do Sul, e que deve apoiar a sucessão de Leite ao governo gaúcho.

Em outra frente, o governado tem tentado se aproximar da senadora Simone Tebet (MDB-MS) por meio de um dos seus aliados mais fiéis, o ex-presidente da Assembleia Legislativa gaúcha Gabriel Souza (MDB-RS). Souza pleiteia apoio de Leite para disputar o governo estadual, mas enfrenta resistência no MDB do Rio Grande do Sul.

Em entrevista à rádio Gaúcha pela manhã, Leite não escondeu seu entusiasmo com uma potencial candidatura ao Planalto: "De um lado, isso envolve uma mudança de partido, que é algo que não me deixa confortável, mas que eventualmente se impõe diante da necessidade de construir uma alternativa para essa eleição polarizada que está aí", afirmou o governador.

Os movimentos de Leite na direção do PSD tem rendido críticas da direção nacional do PSDB, mas é incentivado por aliados do Rio Grande do Sul. O seu entorno diz se apoiar em pesquisas qualitativas e sustenta que o seu perfil jovem, com baixa taxa de conhecimento e rejeição, poderia fazer de sua candidatura competitiva mesmo num cenário marcado pela polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro.

Entre os tucanos há tentativa de fazer o governador ficar no PSDB. No partido, há aqueles que defendem que ele quebre sua promessa de campanha e concorra à reeleição e até quem avente a possibilidade de uma candidatura dele caso haja uma desistência do governador de São Paulo, João Doria, que é pré-candidato a presidente , mas não decolou nas pesquisas de intenção de voto.

Segundo interlocutores do gaúcho, ele considera esse cenário improvável e acha que mesmo que haja articulação para substituir Doria, haveria risco de judicialização pelo paulista.

Leite deve ir a Brasília hoje para prestar deferência ao seu núcleo de apoiadores de ex-presidentes tucanos como Aécio Neves, Tasso Jereissati, José Aníbal e Pimenta da Veiga. Esse grupo trabalha para minar a candidatura de Doria e tem feito pressão para que o paulista retire a candidatura.

No domingo, Kassab afirmou que trabalha intensamente pela filiação do governador gaúcho.

"O PSD vai ter um candidato a presidente da República. E todo nosso esforço é para que seja o governador Eduardo Leite", afirmou o dirigente partidário.

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