Jair Bolsonaro durante evento em Brasília
Antonio Cruz/Agência Brasil - 25/02/2022
Jair Bolsonaro durante evento em Brasília

No início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ouviria dois ministros antes de apresentar suas posições sobre o tema: Carlos França (Relações Exteriores) e Walter Braga Netto (Defesa). Nas últimas semanas, no entanto, outros auxiliares têm apresentado ao presidente palpites na questão, entre ministros, assessores e um de seus filhos.

— Quando é que eu falo qualquer coisa sobre esse problema Rússia, Ucrânia. Eu falo depois de ouvir o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e o da Defesa, Braga Netto. Se for o caso, convido mais algum ministro — disse Bolsonaro, em uma transmissão ao vivo realizada no dia seguinte ao início da guerra, a mesma em que desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão por criticar a invasão russa. 

Entre os ministros que também tem apresentado opiniões ao presidente estão Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral).

Tereza Cristina tem um papel crucial na questão porque um dos motivos para Bolsonaro evita criticar a Rússia é a dependência brasileira dos fertilizantes importantes daquele país e da Bielorrússia. A ministra deve ir ao Canadá nos próximos dias para tentar negociar uma possível compensação aos fertilizantes russos.

Heleno e Ramos, por sua vez, são os dois generais da reserva que seguem despachando no Palácio do Planalto. Além da experiência militar, os dois conhecem Bolsonaro há décadas. Ambos fizeram parte da comitiva que foi à Rússia.

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Outros dois assessores que despacham do Planalto manifestaram suas posições ao presidente: o secretário de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, e o assessor especial da Presidência Filipe Martins. Os dois têm histórico de atuação na política externa, mas geralmente com posições divergentes.

Almirante da reserva, Rocha é visto como uma voz mais moderada. Martins, por sua vez, foi aluno do ideólogo de direita Olavo de Carvalho e tem posições mais próximas ao do ex-chanceler Ernesto Araújo.

Próximo a Martins, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) também tem apresentado palpites ao seu pai.

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