Horas depois do apresentador Monark, do podcast Flow, defender a criação de um partido nazista no país , as marcas que patrocinam o programa passaram a se manifestar sobre a declaração.
"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", disse Monark durante o programa.
Em suas redes sociais, Puma e iFood se manifestaram sobre o caso. O iFood afirmou que não patrocina mais o programa desde novembro do ano passado.
"O iFood não mantém mais relação comercial com o Flow. Nossa decisão de encerrar o patrocínio com o podcast foi tomada, de forma definitiva, em novembro de 2021", escreveu.
Já a marca esportiva Puma afirmou que discorda e repúdia as declarações.
"Discordamos e repudiamos veementemente as declarações e ideias expressas durante o último Flow Podcast, transmitido nesta segunda-feira (7). Elucidamos ainda que não somos patrocinadores do podcast, tendo feito no passado somente uma ação pontual e isolada", disse.
Em nota publicada nas redes sociais, a Mondelez Brasil, detentora da marca Bis, também se manifestou sobre o caso dizendo que "repudia todo tipo de comentário ou manifestações nazistas e qualquer outra forma de preconceito, racismo e discriminação".
A Finclass, uma marca que realizou uma ação pontual com o podcast, pediu para que o logo fosse retirado dos materiais do Flow e reforçou que "repudia veemente as declarações e as ideias expressas" durante o episódio transmitido ontem.
A marca de roupas Insider Store também se manifestou por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. "Estamos suspendendo qualquer tipo de parceria com o podcast Flow e exigindo a saída do Monark do podcast. A gente acredita que mensagens de ódio não podem ser disseminadas", disse Yuri, co-fundador da marca.
A Flash Benefícios também publicou uma nota de repúdio contra a fala do apresentador e exigiu "encerramento formal e imediato" da relação contratual com o Flow Podcast.
Leia Também
A Yuool também repudiou as declarações por meio de nota, e afirmou que o contrato e patrocínio foi encerrado em dezembro.
"A Yuool repudia as declarações expressas no último Flow Podcast. O posicionamento dos participantes não condiz com os princípios defendidos pela marca. Nós não apoiamos qualquer discurso, ação ou prática de ódio. É importante esclarecer que nosso contrato de patrocínio foi encerrado em dezembro e que, desde então, não temos contrato ativo com o mesmo", diz o texto.
"Solicitamos a retirada da nossa marca do site do podcast e ficamos à disposição para maiores esclarecimentos."
Confederação Israelita do Brasil
A Confederação Israelita do Brasil se manifestou em seu site oficial e disse que "condena de forma veeemente a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e o direito de ser antijudeu”.
A CONIB (Confederação Israelita do Brasil) condena de forma veeemente a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e o “direito de ser antijudeu”, feita pelo apresentador Monark, do Flow Podcast. O nazismo prega a supremacia racial e o extermínio de grupos que considera “inferiores”. Sob a liderança de Hitler, o nazismo comandou uma máquina de extermínio no coração da Europa que matou 6 milhões de judeus inocentes e também homossexuais, ciganos e outras minorias. O discurso de ódio e a defesa do discurso de ódio trazem consequências terríveis para a humanidade, e o nazismo é sua maior evidência histórica.
O Campeonato Carioca também se manifestou e anunciou o fim do contrato com o podcast.
"A FFERJ, defensora da igualdade, do respeito e contrária a qualquer tipo de preconceito, anuncia o rompimento do contrato com o Estúdios Flow, responsável pelo podcast Flow Sport Club que transmitia jogos do Campeonato Carioca de 2022, por apologia ao nazismo, regime cujos crimes contra a humanidade até os dias de hoje causam horror a qualquer um que preze pela vida".
Crime contra a humanidade
O Holocausto, como ficou conhecido o genocídio de judeus pelo regime Nazista, está entre os maiores crimes cometidos contra a humanidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha, por meio da ideologia nazista, obrigou judeus a trabalhar de maneira forçada em campos de concentração.
Em publicação no Twitter, a Embaixada e os Consulados da Alemanha no Brasil reforçam que "defender o nazismo não é liberdade de expressão" e "desrespeita a memória das vítimas e sobreviventes".
O homens visto como os mais fortes ficavam trabalhando de maneira forçada, enquanto pessoas consideradas mais fracas eram enviadas para serem mortas em câmaras de gás.