Pacheco: Votar para derrotar um candidato é 'fazer pouco' do voto

Presidente do Senado é um dos políticos que busca ocupar o posto de "terceira via" em meio à polarização entre Lula e Bolsonaro na eleição

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
Pacheco se filiou ao PSD recentemente


Pré-candidato à Presidência da República, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu que os eleitores não votem em um candidato meramente por rejeição a outro. Ele é um dos políticos que busca se firmar como  "terceira via" na eleição que deve ser polarizada pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


"Lembremos que as eleições devem ser movidas pelo sentimento de esperança. Nós, enquanto eleitores, tenhamos esperança no poder de um único voto. Votar para simplesmente evitar ou derrotar um determinado candidato por mero preconceito ou rejeição é fazer pouco do poder que o voto atribui ao eleitor. Lembremos da importância de bem escolher os mandatários que definem os destinos da nação", declarou o senador, ao ler sua mensagem de abertura dos trabalhos legislativos em sessão realizada no Congresso Nacional, na tarde desta quarta-feira (2).


Na ocasião, estavam presentes os presidentes da República, Jair Bolsonaro , da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux.


Já no final de seu discurso, que foi dedicado a apontar os feitos do Senado no último ano, Pacheco ressaltou que é "papel do Congresso" tentar "substituir a polarização" pela "união nacional em prol do bem comum". Nesse sentido, ele também frisou que o país deverá enfrentar o desafio de defender a democracia em ano eleitoral.


"Renovemos esse nosso compromisso hoje e estejamos vigilantes contra a mínima insinuação de investida autoritária", alertou. Ao lado dele estava Bolsonaro, acusado de atacar as instituições democráticas diversas vezes, além de levantar dúvidas sobre a confiabilidade do sistema eletrônico de votação.


Foco nos trabalhos

Além de Pacheco, Arthur Lira também discursou e os dois presidentes das Casas legislativas defenderam o rompimento do "paradigma" de que, "há um engessamento do Poder Legislativo" em ano eleitoral.


"Deixemos as eleições para outubro, deixemos os interesses políticos para outubro e agora trabalhemos com ainda mais afinco e unidos para aprovar as medidas que são tão necessárias para o país e para os brasileiros", afirmou o presidente da Câmara. Durante sua apresentação, o deputado acrescentou que a Casa "foi a grande fiadora da estabilidade" do país durante o ano de 2021.

** Ailma Teixeira é repórter nas editorias Último Segundo e Saúde, com foco na cobertura de política e cidades. Trabalha de Salvador, na Bahia, cidade onde nasceu e se formou em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2016. Em outras redações, já foi repórter de cultura e entretenimento. Atualmente, também participa do “Podmiga”, podcast sobre reality show, e pesquisa sobre podcasts jornalísticos no PósCom/Ufba.