O senador Fabiano Contarato (PT) informou por meio das redes sociais nesta segunda-feira que vai acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para fazer uma auditoria dos gastos com cartões corporativos da Presidência da República.
Faltando um ano para o fim de sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro já gastou R$ 29,6 milhões , montante cerca de 19% maior do que o registrado pelos ex-mandatários Dilma Rousseff e Michel Temer no mandato de 2015 a 2018, conforme revelou o GLOBO.
"Vou acionar o TCU para que faça ampla auditoria dos gastos de cartão corporativo do presente da República, que estão altíssimos e superando seus antecessores, enquanto falta comida na mesa dos brasileiros" , publicou Contarato em seu Twitter.
Somente em 2021, as despesas chegaram a R$ 11,8 milhões, o maior valor dos últimos sete anos. Perde apenas para os R$ 13,3 milhões registrados em 2014, quando Dilma era presidente.
No mês passado, os cartões exclusivos da família presidencial foram usados em compras que somaram R$ 1,5 milhão, valor mais alto, para um único mês, dos três anos da atual administração. Bolsonaro passou os últimos dias de dezembro em férias no Sul do país.
"Cabe ao TCU, por força constitucional, a apreciação das contas de Bolsonaro e do bom uso de recursos públicos. Transparência e investigação já", emendou o senador, que apresentou um projeto de lei que busca regular o controle dos gastos com os cartões corporativos de todos os órgãos do governo federal.
Contarato já havia recorrido ao TCU em maio de 2020 para que fossem apuradas possíveis irregularidades nos gastos com cartão corporativo pela Presidência da República. Na ocasião, o Portal da Transparência apontava que, nos primeiros quatro meses daquele ano foram gastos R$ 3,7 milhões - o dobro em comparação com o mesmo período cinco anos anteriores.
O TCU também já apurou gastos milionários de Bolsonaro e seus familiares em 2019, mas o processo aguarda julgamento.
As cifras levantadas pelo GLOBO, corrigidas pela inflação, dizem respeito às faturas de 29 cartões vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República, que estão sob a responsabilidade do presidente, de seus familiares e auxiliares mais próximos.
De acordo com o próprio Palácio do Planalto, dois deles ficam permanentemente sob poder de Bolsonaro. Os cartões são usados para despesas do cotidiano, como refeições do chefe do Executivo durante viagens. Todas, porém, são mantidas em sigilo, sob argumento de que a eventual divulgação colocaria o presidente em risco.